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Veja sequência de acontecimentos no Afeganistão desde chegada do Talibã a Cabul

No domingo, 15 de agosto, o Talibã chegou a Cabul, depois de uma ofensiva fulminante que começou em maio, após o início da retirada das tropas dos Estados Unidos e da Otan

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AFP

Publicado em 16/08/2021 às 21:19 | Atualizado em 21/08/2021 às 2:27
Talibã assumiu o poder no Afeganistão - AFP

Atualizada em 20.08.2021

Confira os principais acontecimentos no Afeganistão desde a chegada do Talibã a Cabul no domingo, 15 de agosto.

Às portas de Cabul

No domingo, 15 de agosto, o Talibã chegou a Cabul, depois de uma ofensiva fulminante que começou em maio, após o início da retirada das tropas dos Estados Unidos e da Otan.

Nos últimos dez dias, os insurgentes tomaram todas as grandes cidades do Afeganistão, encontrando pouca resistência.

 


Promessa de "transferência pacífica do poder"

O ministro do Interior afegão, Abdul Sattar Mirzakwal, prometeu em mensagem de vídeo "uma transferência pacífica de poder para um governo de transição".

Um porta-voz dos insurgentes afirmou à BBC: "Queremos um governo inclusivo (...), de que todos os afegãos façam parte".

 

O presidente Ashraf Ghani vai embora

Na noite de domingo, o presidente afegão Ashraf Ghani deixou o país, sem que se saiba até o momento seu paradeiro, embora o grupo de imprensa afegão Tolo tenha sugerido que ele viajou ao Tadjiquistão.

Imagens da TV confirmaram a presença dos talibãs na capital afegã e que ocuparam o palácio presidencial.

O presidente reconheceu em uma mensagem no Facebook que "os talibãs venceram".

 

Pânico no aeroporto

Na segunda-feira (16), a evacuação do pessoal diplomático, de cidadãos estrangeiros e afegãos é realizada em meio ao caos, com marés humanas no aeroporto de Cabul, única porta de saída do país.

Os voos civis e militares são suspensos por algumas horas, antes de ser retomados na noite de segunda-feira.

Base para futuros ataques terroristas

A China foi o primeiro país a afirmar querer manter "relações amistosas" com os talibãs.

A diplomacia russa considerou que os talibãs garantem "a ordem pública".

O Conselho de Segurança das Nações Unidas alertou os talibãs contra qualquer desejo de transformar o país em uma base para futuros ataques terroristas.

 

 

Biden defende retirada

Duramente criticado após a queda de Cabul, o presidente americano, Joe Biden, defendeu "firmemente" sua decisão de retirar as tropas do Afeganistão, e insistiu em que a missão nunca foi construir uma nação, mas impedir novos ataques em território americano.

Ele advertiu os talibãs que "se atacarem nosso pessoal ou interromperem nossa operação (de retirada), a resposta será rápida e contundente. Defenderemos nossa gente com força devastadora. se necessário".

 

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Anistia para os funcionários públicos

Nesta terça, os talibãs anunciaram uma anistia geral para os funcionários públicos.

"Declara-se uma anistia geral para todos (...) Retomem seus afazeres com toda confiança", afirmaram em um comunicado.

"Uma vergonha para o Ocidente" 

"As imagens de desespero no aeroporto de Cabul são uma vergonha para o Ocidente", afirmou o presidente alemão Frank Walter Steinmeier. "Somos corresponsáveis", acrescentou.

 

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Foto: NOOR MOHAMMAD / AFP
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Retorno do número dois do Talibã 

O mulá Abdul Ghani Baradar, cofundador e número dois dos talibãs, voltou ao Afeganistão via Catar, segundo um de seus porta-vozes.

"A guerra terminou, [o líder dos talibãs] perdoou todo mundo", declararam os talibãs em sua primeira coletiva de imprensa. "Nós nos comprometemos a deixar as mulheres trabalharem de acordo com o respeito aos princípios do islã", acrescentaram.

 "Perdão geral" 

"Todos aqueles que estão do lado oposto estão perdoados de A a Z. Não buscaremos vingança", disse um porta-voz, em frente à imprensa em Cabul. "Estamos comprometidos em permitir que as mulheres trabalhem de acordo com os princípios do Islã".

Possíveis violações de direitos humanos 

A UE "terá que falar" com os talibãs "o mais rapidamente possível" porque "venceram a guerra", declarou Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia.

O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, disse "estar especialmente preocupado com as recentes informações sobre um aumento da violência", evocando crimes que poderiam "constituir violações do direito humanitário internacional".

 UE e EUA "profundamente preocupados" com mulheres 

Na quarta-feira, dia 18, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, avisou que os talibãs "serão julgados por ações, não por palavras".

A União Europeia e os Estados Unidos disseram estar "profundamente preocupados" com a situação das mulheres, segundo nota assinada conjuntamente por 18 países.

Ashraf Ghani "não é mais uma pessoa que importa"

Autoridades talibãs se reuniram com o ex-presidente Hamid Karzai e o ex-vice-presidente Abdullah Abdullah em Cabul.

Ashraf Ghani declarou, dos Emirados Árabes Unidos, apoiar essas negociações, acrescentando que estão "em discussão para voltar" ao seu país.

“Ele não é mais uma pessoa importante no Afeganistão”, afirmou a diplomacia dos EUA.

"Resistência" 

Na quinta-feira, de 19 ano, o chefe da diplomacia russa declarou que uma resistência está organizada no vale Panshir, a nordeste de Cabul, com o ex-vice-presidente Amrullah Saleh e Ahmad Massud.

Este último, filho do comandante Massud assassinado em 2001 pela Al Qaeda, pediu apoio dos EUA em armas e munições.

Em vários lugares de Cabul, mas também em Asadabad (leste), os afegãos agitam a bandeira nacional, desafiando o Talibã, que impôs sua bandeira branca em prédios públicos.

"De porta em porta" 

Um documento confidencial da ONU mostrou que os talibãs estão realizando "visitas de porta em porta" às casas de afegãos e suas famílias que trabalharam com forças estrangeiras. Um parente de um jornalista da Deutsche Welle foi morto na quarta-feira.

O G7, a OTAN e a ONU pediram que os talibãs garantam a "segurança" de estrangeiros e afegãos que pretendam deixar o Afeganistão enquanto as retiradas continuaram na sexta-feira (20).

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu que o "colapso" do país seja evitado.

O seu homólogo americano, Joe Biden, anunciou que o seu governo conseguiu retirar 13.000 pessoas do aeroporto de Cabul, embora reconheça que não pode "garantir o resultado final" da operação de evacuação, "uma das mais difíceis da história".

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