Mais de seis horas após o desastre, ainda não havia um número de mortos, mas com base nas circunstâncias do acidente, parecia improvável que alguém tivesse escapado com vida.
Em um comunicado, a China Eastern Airlines "prestou homenagem" aos "mortos" no desastre.
O rastreador de voo FlightRadar24 não obteve mais dados do MU5735 após as 14h22, horário local, quando sobrevoava Wuzhou. O site mostra como o avião caiu drasticamente de uma altitude de 8.900 metros para 1.000 em três minutos.
O Boeing 737 havia decolado de Kunming e tinha como destino a metrópole de Guangzhou, mas "perdeu contato quando estava sobrevoando a cidade de Wuzhou", na região montanhosa de Guangxi, segundo a Agência de Aviação Civil da China, a CAAC.
"Confirmamos que o voo caiu", disse o órgão, informando que havia ativado sua resposta de emergência e enviado uma equipe de resgate ao local do acidente.
A aeronave transportava 123 passageiros e nove membros da tripulação, totalizando 132 pessoas, apesar de alguns meios de comunicação chineses terem mencionado 133 pessoas a bordo.
O presidente chinês, Xi Jinping, declarou estar "comovido" e pediu uma investigação para que "sejam determinadas as causas do acidente o quanto antes".
- "Completamente destruído" -
"Todos os moradores tomaram a iniciativa de ajudar no resgate. Todos foram para a montanha", disse à AFP por telefone o comerciante Tang Min, que mora a cerca de quatro quilômetros do local do acidente.
Um morador da área disse a um site de notícias local que o avião envolvido no acidente estava "completamente destruído" e que viu áreas florestais próximas destruídas pelo fogo causado pela queda na encosta da montanha.
As primeiras informações começaram a circular quando a mídia local informou que o voo MU5735 da China Eastern não havia chegado a Guangzhou conforme programado após decolar de Kunming pouco depois das 13h00 (2h00 no horário de Brasília).
Dos Estados Unidos, a Boeing, fabricante do aparelho, disse que está tentando “reunir mais informações”.
De acordo com a agência financeira Yicai, a China Eastern decidiu suspender todos os seus 737-800 a partir de terça-feira, sem esperar pelos resultados da investigação. A AFP tentou em vão entrar em contato com a empresa para comentar esta informação.
No aeroporto de Cantão, parentes dos passageiros, alguns em lágrimas, se reuniram em uma sala de espera especial, segundo a AFP.
Uma mulher disse à mídia local que deveria estar a bordo do avião acidentado, mas decidiu no último minuto pegar um voo mais cedo.No entanto, ela aguardava "notícias" de sua irmã e quatro amigos.
Um homem, Ye, disse à AFP que um colega estava a bordo. "Quando ouvimos a notícia... ligamos para ele por horas seguidas, mas ele não respondeu", acrescentou.
Nos últimos anos, a China manteve bons padrões de segurança da aviação, em um país repleto de aeroportos recém-construídos e coberto por novas companhias aéreas estabelecidas para atender ao crescimento vertiginoso do país nas últimas décadas.
O último grande acidente de avião na China foi em agosto de 2010, com um saldo não confirmado de 42 vítimas.
Foi o acidente mais recente envolvendo um voo comercial chinês de passageiros a causar vítimas civis.
O acidente envolvendo um voo comercial chinês mais mortal foi um acidente da China Northwest Airlines em 1994, no qual todas as 160 pessoas a bordo morreram.
A maioria dos passageiros a bordo do voo MH370 da Malaysia Airlines, que desapareceu em março de 2014 na rota de Kuala Lumpur para Pequim, era da China.