O brasileiro e o meio ambiente

Os brasileiros se importam com o meio ambiente e creem que o aquecimento global está em curso. São esses os dados revelados em pesquisa encomendada ao Ibope pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) em parceria com a Universidade de Yale.

92% dos brasileiros acreditam na ocorrência do aquecimento global e 77% julgam ser a ação humana responsável por esse fenômeno. No entanto, quando perguntados sobre quem pode contribuir para enfrentar o problema 32% apontam que são as empresas, 35% os governos e 24% os cidadãos, o que nos parece acertado, pois essa é uma tarefa que demanda mudança no relacionamento com a natureza.

Diante da crise climática global, a comunidade científica mundial vem reforçando a necessidade de mais ambição dos governos. Na contramão dos alertas, o Brasil indica falta de compromisso com a pauta ambiental, sem metas ousadas de redução de suas emissões. Essa realidade é percebida por 82% dos entrevistados ao afirmarem que as queimadas se intensificaram nos últimos 2 anos no Brasil e 84% julgam que elas prejudicam a imagem do país no exterior.

Nessa realidade, os entes subnacionais têm papel estratégico, oferecendo capilaridade ao senso de urgência, expandindo a pauta climática, promovendo assim o desenvolvimento de baixo carbono e o aumento da resiliência das cidades. De forma efetiva, o papel estratégico dos estados tem se materializado desde 2019 a partir da realização da Conferência Brasileira de Mudança do Clima em Recife, e da atuação da Abema.

Temos o dever de apoiar e promover uma retomada econômica aproveitando a vantagem competitiva que o Brasil possui frente a outras nações, em razão das suas condições ambientais únicas. A mudança do clima deve ser vista como oportunidade de promover um salto no desenvolvimento, com criação de empregos, conservação dos recursos naturais, redução das desigualdades e ampliação do progresso social.

José Bertotti, secretário de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade

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