Aliás, nada do que acontece no Hospital da Restauração, a maior emergência do Norte/Nordeste, pode ser considerado pontual, como afirmou o diretor da unidade, Miguel Arcanjo, minutos depois do teto de gesso, coberto de água, cair por cima dos pacientes.
Pontual é algo que acontece raramente. Isso pode ser dito do caos nas nossas unidades hospitalares?
O JC mostrou o cenário de caos um dia antes do teto cair.
O teto cair foi "a cereja do bolo". Uma cereja indigesta, mas foi. Imagine você ter um parente internado no HR, sob os cuidados do Estado, e de repente receber um vídeo de um teto escorrendo água como uma cachoeira. E esse seu parente levando um banho enquanto está desacordado? E esses funcionários? Já pararam pra pensar neles?
Incomoda o silêncio do governador do Estado, Paulo Câmara, diante do ocorrido no HR. Nem uma palavra de conforto, de dizer que vai tentar melhorar, de se mostrar incomodado. Não duvido que ele esteja incomodado. Mas é bom mostrar essa indignação.
Incomoda o silêncio do secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo. O HR está na aba dele. Somente o diretor falar, colocar a cara na frente dos microfones e dos parentes dos pacientes atônitos, enquanto a cúpula que manda não aparece, é ruim.
O diretor manda. Mas não manda. Existe uma diferença.
São silêncios que gritam. E acreditem: isso diz muito!