Vanessa tem 27 anos e é mãe de três crianças, duas delas com deficiência. Para cuidar dos filhos, que têm idades entre dois e sete anos, ela precisou deixar de trabalhar e conta com ajuda da família. Mayara é mãe de Artur, de dois anos. Aos 20, ela trabalha como balconista de um restaurante, que está fechado devido à pandemia do novo coronavírus. Mais do que as dificuldades financeiras ampliadas pela nova realidade, as duas mulheres compartilham a história de vida: ambas foram nascidas e criadas sobre estacas de palafitas de comunidades da Zona Sul do Recife. Para dar assistência a pessoas como Vanessa e Mayara, o Instituto João Carlos Paes Mendonça Compromisso Social (IJCPM) realizou nesta sexta-feira (26), a entrega de 400 cestas básicas e kits de higiene.
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Essa é a segunda vez que moradores de palafitas dos bairros do Pina e Brasília Teimosa recebem os donativos do braço social do Grupo JCPM. Já são 800 cestas básicas distribuídas somente para quem vive nesses locais. Quando se contabiliza os demais moradores dos dois bairros, incluindo a Ilha de Deus, são 9 mil cestas entregues desde o início da pandemia no Estado.
“O instituto teve que se reorganizar para voltar suas ações para o atendimento às comunidades neste momento de pandemia. No caso das palafitas, são pessoas em vulnerabilidade social absoluta, que vivem em locais de difícil acesso. Essa ajuda é crucial, porque vem em um momento em que elas estão impedidas de desenvolverem suas atividades”, afirma Fábia Siqueira, coordenadora de desenvolvimento social do IJCPM.
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As cestas foram distribuídas por jovens atendidos pelo instituto, com a ajuda de pescadores da colônia Z-1. Em barcos, eles percorreram comunidades como a do Bode, onde vivem Vanessa Rezende e Mayara Lourenço. “Tenho me virado com o auxílio que recebo por conta dos meus filhos e também com a feira que a escola está dando. Esta cesta é uma ajuda muito bem-vinda", disse Vanessa. Mayara também comemorou a chegada das cestas básicas. “Como estou sem poder trabalhar, o que nos sustenta é o Bolsa Família. Sou muito grata pelas doações”, afirmou.
Muitos dos moradores dependem de atividades relativas à pesca, que teve demanda diminuída com a chegada da pandemia. “O auxílio a essas famílias é de grande importância neste momento. Muita gente está passando por grandes dificuldades porque não está conseguindo vender seus produtos”, argumentou Sandra Lima, presidente da colônia Z-1.
A distribuição de alimentos não é a única ação do IJCPM neste período. O instituto já entregou mais de 33 mil máscaras e instalou coletores para que o descarte seja feito da maneira correta. “São estruturas específicas, porque as máscaras são consideradas lixo hospitalar e podem acabar disseminando a doença”, explica a coordenadora de desenvolvimento social do IJCPM. Segundo ela, as iniciativas são fruto da parceria com entidades locais e também da articulação feita por 40 jovens que integram o projeto #Juntospelacomunidade, criado com a chegada da pandemia.