Após duas grandes explosões no porto de Beirute, no Líbano, deixarem centenas de mortos e milhares de feridos nessa terça-feira (4), a Federação Israelita de Pernambuco (FIPE), transmitiu, por meio de uma nota divulgada nesta quarta-feira (5), solidariedade aos libaneses. O apoio se deu mesmo com uma relação conflituosa entre Israel e Líbano.
Composta por um número em torno de 300 famílias, cerca de 1.500 pessoas, a Federação Israelita afirmou na nota que as cenas da tragédia foram vistam com entristecimento. "O judaísmo acredita no princípio da vida, solidariedade, convivência harmoniosa e do respeito ao próximo. Independente da questão política ou de governo, as pessoas estão sofrendo", declarou Jader Tachlitsk, que é coordenador de comunicação do FIPE. A nota na íntegra pode ser lida no fim desta matéria.
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Com diversas instituições espalhadas pelo Estado atualmente, a comunidade judaica chegou ao Brasil, de acordo com Jader, no século XVII, mas, juntamente com os holandeses, foram expulsos do país. "Foi a primeira comunidade reconhecida em todas as Américas, mas depois de expulsos, o retorno só houve no início do Século XX", explicou.
Segundo o coordenador, o povo judeu e seus descendentes só estão à procura de paz, o que pode ser visto, segundo ele, através do anúncio de ajuda enviado por Israel logo após a catástrofe sofrida pelo Líbano. "Apesar dos países não terem relações diplomáticas, Israel foi um das primeiras nações a oferecer ajuda humanitária", declarou Jader.
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Nesta quarta-feira, o prédio da Prefeitura de Tel Aviv, cidade israelense, que costuma projetar imagens, foi iluminado com as cores da bandeira libanesa, para prestar homenagem às vítimas da tragédia no qual, de acordo com a AFP, o último balanço enviado pelo Ministério da Saúde contabilizou 113 óbitos e mais de 4 mil feridos.
Os conflitos armados entre Israel e Líbano ocorrem desde 1968 e, mesmo os país estarem em guerra oficialmente, há um acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor no ano de 2006 quando houve o fim do último grande conflito entre os israelenses e o Hezbollah, grupo militar libanês. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas morreram do lado libanês, principalmente civis, e 160 entre os israelenses, em sua maioria militares.
No final de julho, Israel informou que impediu um ataque “terrorista” e abriu fogo contra homens armados que cruzaram a Linha Azul entre o Líbano e Israel, mas retornaram ao lado libanês.
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O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu atribuiu a invasão ao Hezbollah, movimento armado xiita pró-iraniano de alta influência no sul do Líbano, que Israel considera seu inimigo. O Hezbollah negou qualquer envolvimento.
Em entrevista À CNN nesta quarta-feira, o embaixador do Líbano no Brasil, Joseph Sayah, disse que todo o país precisa de ajuda. "O Líbano precisa de todo tipo de ajuda, especialmente suprimentos cirúrgicos, todo tipo de medicamento", disse. "A explosão foi gigante, em tamanho sem precedentes, quase tirou o porto de Beirute inteiro", completou.
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Sayah também afirmou que a explosão não poderia ter chegado em um momento pior. "O Líbano está atravessando um momento difícil desde outubro passado, mais a situação da pandemia e chegou o acidente agora. Com certeza estamos com medo e preocupados", disse durante a entrevista. "Mas nós contamos com o nosso espírito. O povo libanês tem o dom de sobreviver".
Pessoas que quiserem ajudar o país podem contatar a embaixada do Líbano no Brasil por meio do e-mail sec.embaixador@libano.org.br ou pelo telefone (61) 99943-7880.
"A Federação Israelita de Pernambuco (FIPE), em nome da comunidade judaica deste estado, transmite sua solidariedade a toda comunidade libanesa, em função do lamentável acontecimento ocorrido ontem na cidade de Beirute. As cenas registradas muito nos entristecem. Desejamos que o povo libanês, com a devida ajuda internacional, possa se refazer dessa tragédia. Que toda humanidade possa se irmanar na busca de um mundo mais fraterno e solidário."