Trabalhadores dos Correios de Pernambuco realizam ato público para reforçar greve

Os funcionários paralisaram as atividades por tempo indeterminado desde o dia 17 de agosto
JC
Publicado em 27/08/2020 às 13:47
Trabalhadores dos Correios de Pernambuco em ato realizado na manhã desta quinta-feira (27) Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOK


Trabalhadores dos Correios de Pernambuco realizaram, na manhã desta quinta-feira (27), um ato público, que contou com uma carta aberta para a população sobre os motivos pelo qual a grave da categoria está sendo feita. No Recife, o movimento foi realizado em frente à sede da entidade, localizada na Avenida Guararapes, Centro da capital pernambucana. Os funcionários da entidade de todo Brasil paralisaram as atividades por tempo indeterminado desde o dia 17 de agosto.

Com faixas e carro de som, os trabalhadores deram início ao ato às 9h30 e, durante o movimento, reforçaram que a greve continua firme e que lutam contra a retirada de direitos trabalhistas, a privatização da empresa e a ausência de medidas para proteger os empregados da pandemia do novo coronavírus. O ato terminou por volta das 11h40. Atualmente, os Correios é composto por cerca de 3.100 funcionários no Estado.

"Pernambuco tem o maior índice do País em adesão à greve. Isso mostra a nossa unidade, a nossa disposição de luta e a nossa coragem de enfrentar esse governo que já declarou ser inimigo da classe trabalhadora", disse sindicalista em cima do carro de som.

Nessa quarta-feira (26), foi realizada a primeira reunião, em Brasília, de mediação junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). No encontro, a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT) defendeu a manutenção na íntegra do Dissídio coletivo da categoria julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho em outubro de 2019.

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Na ocasião, uma nova rodada de reunião foi marcada para as 16h desta quinta-feira (27). De acordo com o que será discutido hoje, em Brasília, os trabalhadores dos Correios de Pernambuco resolverão continuar ou não com a greve. Para isso, nesta sexta (28), às 16h, será realizada uma assembleia no Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos em Pernambuco (SINTECT-PE), em que os funcionários irão decidir.

Greve

Trabalhadores dos Correios de Pernambuco, de outros estados do Brasil e do Distrito Federal aprovaram por unanimidade, na noite do dia 17 de agosto, o início de um movimento grevista permanente da categoria. Em todo o Brasil, cerca de 100 mil funcionários aderiram ao movimento. 

Apresentada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), a nova proposta do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), segundo os trabalhadores, retira 70 cláusulas do atual ACT, acabando com os 30% do adicional de risco; auxílio creche/babá; 70% sobre férias; indenização por morte e auxílio para filhos com necessidades especiais; pagamento de horas extras, e entre outros direitos dos trabalhadores da ativa e aposentados. O governo federal também propôs equiparar os direitos dos trabalhadores com os da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

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O que fazer se a encomenda atrasar?

Os Correios informaram ter um plano de continuidade de negócios para manter o atendimento à população em qualquer situação adversa. A estatal informou que o objetivo primordial é cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, de forma a retomar a capacidade de investimento e sua estabilidade, e manter os empregos dos funcionários. Em levantamento parcial feito pela empresa na manhã da terça-feira (18), os Correios possuem 83% do efetivo total dos Correios no Brasil trabalhando regularmente.

"A rede de atendimento dos Correios está aberta em todo o País e os serviços, inclusive SEDEX e PAC, continuam sendo postados e entregues em todos os municípios", afirma texto de nota. A empresa já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas.

Ainda assim, caso aconteça algum atraso, vale saber quais são seus direitos caso esteja esperando uma encomenda ou precise pagar um boleto que venha por correspondência postal.

Compras e encomendas

Entrega e indenização

As empresas que vendem com entrega pelos Correios são responsáveis por encontrar outra forma para que os produtos sejam entregues no prazo contratado. Se o consumidor que contratar um serviço de entrega dos Correios e este não for prestado, ele tem o direito a ressarcimento ou abatimento do valor pago. Ainda, pode ir à Justiça pedir indenização caso haja dano material ou moral provocado pelo atraso.

Contas a pagar

Internet, sede ou depósito

As empresas que enviam cobrança por correspondência postal são obrigadas a oferecer outra forma de pagamento que seja viável ao consumidor, como internet, sede da empresa ou depósito bancário, entre outras.

Pagamento obrigatório

Caso não receba os boletos bancários e faturas, por conta da greve, o cliente deve entrar em contato com a empresa credora, antes do vencimento, e solicitar outra opção de pagamento, a fim de evitar a cobrança de eventuais encargos, negativação do nome no mercado ou ter cancelamentos de serviços.

Vencimento prorrogado

Se o pedido por outro meio para pagar a conta não for atendido, o consumidor poderá registrar sua reclamação no órgão de defesa do consumidor da sua região, informando o número de protocolo dos contatos realizados com o credor. Segundo os órgãos de defesa do consumidor, se a empresa não disponibilizar essas formas alternativas para pagar, deve prorrogar o vencimento da conta.

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