Expectativa, mais uma vez, pela volta às aulas presenciais em Pernambuco

Decreto em vigor desde março, quando a pandemia do novo coronavírus chegou em Pernambuco, suspendeu as aulas em todo o Estado, tanto na rede pública quanto privada
JC
Publicado em 20/09/2020 às 18:59
Pais de alunos realizam ato na manhã deste domingo (20) em Boa Viagem pedindo o retorno das aulas presenciais Foto: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM


As expectativas de estudantes, pais de alunos, donos de escolas e profissionais das redes pública e privada de educação se voltarão, mais uma vez, nesta segunda-feira (21), para o governo de Pernambuco. A espera é para saber se as aulas presenciais na educação básica serão retomadas ou se a decisão do Estado será prorrogar pela oitava vez o decreto que suspendeu as atividades desde março. Neste domingo (20), um pequeno grupo formado principalmente por pais de alunos realizou um protesto em Boa Viagem, pedindo a volta das aulas. Na segunda-feira passada (14), a expectativa era de que o secretário estadual de Educação e Esportes, Fred Amâncio se pronunciasse sobre o decreto, mas o governo preferiu encaminhar apenas uma nota informando sobre a permanência da suspensão. 

Procurado pelo JC, o governo disse que o decreto vence na próxima terça-feira (22) e que a gestão vai se posicionar até lá, mas não adiantou se o secretário fará o anúncio desta vez, nem se a suspensão das aulas será mantida.  Na nota encaminhada na segunda passada, o governo informou que a decisão de manter as aulas suspensas veio após reunião do Gabinete de Enfrentamento à Covid-19. O anúncio desagradou os donos das escolas privadas. Hoje são 2,4 mil unidades no Estado, onde estudam 400 mil alunos.  

No pequeno protesto deste domingo, que contou com menos de 30 pessoas em Boa Viagem, os pais pediam volta às aulas segura, embora muito não estivessem usando máscara. A médica Ana Carolina Campolina defendeu a volta das crianças à escola. "Somos grupo de pais orientados, que baseados em evidências científicas sabemos o malefício da falta da escola na vida das crianças e da ausência de evidências que justifiquem eles ficarem em casa. Sabemos que eles transmitem 5,5 vezes menos (o vírus) do que os adultos. O momento é de ter discussão em nível de ciência e não do medo, do terrorismo e do achismo. Já são 186 dias sem escola", contabiliza. 

A terapeuta educacional Luiza Asfora também acredita no retorno das aulas como melhor solução. "Esse tempo todo em casa a criança sem uma rotina estruturada e os limites necessários. Não tem atividade lúdica, só aula online. Além disso, lida com adultos sofrendo com questões financeiras, dificuldade em lidar com home office e outros problemas.  A educação é um serviço essencial. Se abre shopping, praia, restaurante e não abre a escola, estamos dizendo que ela não é prioridade", afirma. 

O ato em Boa Viagem foi organizado pelas redes sociais. O grupo lançou também uma petição online, direcionada ao secretário Fred Amâncio, com o nome de Movimento Volta às Aulas. O documento reúne até o momento um pouco mais de 200 assinaturas.

As faixas comparavam a postura do Brasil com a de outros países. "Com base em dados, quem defende a volta às aulas? OMS, UNICEF, UNESCO. Quem é contra? O Governo de Pernambuco", diz uma das faixas. Outro cartaz compara o número de dias que os estabelecimentos escolares permaneceram fechados devido à pandemia do Coronavírus de países europeus, como Alemanha, França e Portugal, com o Brasil.

Não há representante oficial de nenhuma escola mas, segundo os organizadores, o grupo é formado por mães e pais de cerca de 10 colégios diferentes. Ainda segundo Fabiana, há também uma demanda por parte de pais e professores de escolas públicas para que a retomada das aulas in loco ocorra o mais rápido possível.

O grupo lançou também uma petição online, direcionada ao secretário de Educação do Estado, Fred Amâncio, com o nome de Movimento Volta às Aulas. O documento reúne até o momento um pouco mais de 200 assinaturas.

As escolas - privadas e particulares - em Pernambuco estão fechadas desde 18 de março, por decisão do governo local. Dos cerca de R$ 2,3 milhões de estudantes da educação básica no Estado, 400 mil estão matriculados nas 2.400 instituições privadas enquanto a maioria, 600 mil, na rede estadual. Os outros alunos se encontram em escolas municipais e federais.  

 

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