Pernambuco empata com o Acre como estado que menos testou para covid-19 em outubro, diz IBGE

Este é o quarto mês seguido em que Pernambuco ocupa o último lugar no ranking; nos três meses anteriores, o Estado ocupou sozinho esta posição.
JC
Publicado em 01/12/2020 às 11:16
Dos casos já confirmados em Pernambuco, desde o início da pandemia de covid-19, 53.954 foram graves e 565.597 leves Foto: FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM


Em Pernambuco, só 753 mil pessoas (7,9% da população) foram testadas para a covid-19 do início da pandemia, em março, até o mês de outubro, de acordo com a pesquisa PNAD Covid do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), divulgada nesta terça-feira (1º). Empatado com o Acre, os dois estados tiveram o pior resultado como os que menos testaram no Brasil. Este é o quarto mês seguido que Pernambuco ocupa o último lugar no ranking; de julho a setembro, o Estado ocupou sozinho esta posição. No Brasil, o número de pessoas que fizeram algum tipo de teste para detectar o coronavírus correspondeu a 12,1% da população em outubro, contra 10,4% em setembro. Se analisados os estados do Nordeste, o índice cai para 11,3%.

Em Pernambuco, 99 mil pessoas a mais disseram ter realizado algum tipo de testagem para o novo coronavírus de setembro para outubro. No mês passado, a proporção foi de 6,8%.

O aumento no número de testes se refletiu em uma elevação nos resultados positivos: 1,6% da população pernambucana disse ter testado positivo para o novo coronavírus em outubro, 0,2% a mais que em setembro. 

Das 753 mil pessoas, 279 mil afirmaram ter feito o teste swab (RT-PCR) e 69 mil (24,9%) positivaram. Foram feitos 352 mil testes com coleta de sangue por meio de furo no dedo, com 58 mil (16,5%) resultados positivos. Outros 227 mil fizeram o teste de sangue por meio de veia no braço, sendo que 60 mil (26,2%) tiveram covid-19 confirmada. O IBGE esclarece que uma mesma pessoa pode ter feito mais de um tipo de teste.

No País, a taxa de positivados foi de 2,7% em outubro, frente a 2,3% no mês anterior.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) ressaltou o caráter de estatística experimental da pesquisa, e afirmou ter "investido fortemente na ampliação da oferta dos exames de biologia molecular (RT-PCR), considerado padrão ouro por identificar a infecção na sua fase aguda, quando há maior risco de transmissão" desde o início da pandemia. "Esse trabalho permitiu a ampliação do público prioritário para testagem e o seguimento das etapas do Plano de Convivência", falou, por nota.

O texto ainda levanta que o Estado ocupa a quinta colocação no país entre os que mais fizeram esse tipo de exame, de acordo com a Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (Ivis) do Ministério da Saúde. "Dos mais de 377 mil exames de RT-PCR realizados, 77% de toda a produção é oriunda da rede pública estadual, enquanto os demais foram feitos na rede privada. Juntando com os testes rápidos e sorológicos, já são mais de 761 mil testes realizados", destacou.

"Para ampliar a oferta de RT-PCR, o Estado inaugurou, em agosto, o novo parque tecnológico da unidade, com maquinário capaz de quadruplicar a capacidade de processamento do local. Além disso, o Estado mantém parceria com outros laboratórios, como o da Fiocruz PE e da Univasf/Petrolina, para reforçar a rede SUS. Todo esse esforço possibilitou, desde julho, a testagem para todos os casos com sintomas gripais, independente de graves ou leves, e, desde setembro, os contatos de casos confirmados, mesmo sintomáticos."

Pernambuco tem maior taxa de desocupação desde em maio

A PNAD Covid também registrou, em outubro, a maior taxa de pessoas desocupadas em Pernambuco desde o início da série, em maio. 666 mil pessoas, ou 17,1% da população do Estado, estavam buscando ativamente um emprego e não encontraram. De um mês a outro, houve um aumento de 61 mil pessoas (10,1%) sem trabalho.

Ao mesmo tempo, o número de pessoas ocupadas permaneceu estável, com 3 milhões e 233 mil pessoas empregadas.

Pelo terceiro mês seguido, houve diminuição da parcela de pernambucanos fora da força de trabalho (que não estavam trabalhando nem procuravam por trabalho) que gostariam de trabalhar, mas não conseguiram procurar emprego por conta da pandemia ou por falta de oportunidade na região. Em outubro, essa população correspondia a 885 mil pessoas, enquanto em setembro, a 981 mil pessoas.

A quantidade de pessoas ocupadas e afastadas do trabalho por conta da covid-19 segue em queda. De setembro a outubro, o número passou de 128 mil para 101 mil (3,1%), uma redução de 21%. O índice de pessoas empregadas que trabalharam de forma remota também expressou redução, de 8,7% a 7,6%.

Já a faixa na informalidade em Pernambuco cresceu, de 42,3% para 42,9% da força de trabalho ocupada, chegando a 1 milhão e 386 mil trabalhadores em outubro. São considerados trabalhadores informais os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira; empregados que não contribuem para o INSS; trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.

 Número de pessoas que não fazem distanciamento social mais que dobrou em Pernambuco

O comportamento da população frente à pandemia mudou sensivelmente de um mês para o outro: 577 mil pernambucanos (5,8%) responderam que não adotavam qualquer medida de restrição de contato social em outubro, mais do que o dobro que setembro, quando o percentual foi de 2,7% (255 mil pessoas).

Também cresceu o número de pessoas que reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa, passando de de 3,5 milhões (37,4%) para 3,8 milhões (40,3%). A população que afirmou só sair em caso de necessidades básicas caiu de de 3,7 milhões (39,6%) para 3,6 milhões (38,5%). A quantidade que ficou rigorosamente isolado diminuiu de 1,8 milhões (19,7%) em setembro para 1,4 milhões (14,9%) em outubro. No comparativo com julho, quase um milhão de pernambucanos deixaram o
isolamento rígido.

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