O governador Paulo Câmara irá se reunir com o Comitê de Enfrentamento a Covid-19, neste fim de semana, para avaliar os resultados obtidos após a adoção da quarentena mais rígida, encerrada no dia 31 de março. De acordo com o secretário estadual de Saúde, André Longo, mesmo diante de um cenário em que foram confirmadas mais de 2.987 casos de pessoas infectadas pela covid-19, segundo boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), nesta quinta-feira (1º), às medidas de flexibilização das atividades sociais e econômicas foram consideradas acertadas.
“Acreditamos que fizemos o certo. Nós fizemos medidas restritivas por praticamente quatro semanas, sendo medidas mais intensas no período de duas semanas, e também medidas mais severas em outras duas semanas. Acreditamos que, pelo que a própria ciência diz, você tem um período em que faz essas medidas restritivas e depois vai buscar o resultado delas”, afirmou Longo, em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, nesta sexta-feira (2).
Ainda segundo o gestor, os números divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde, nos boletins diários, não refletem precisamente a atividade da doença nas últimas 24h, por se tratar de resultados colhidos em dias e semanas anteriores. “Nesse período que os números são divulgados, nem sempre você tem as atividades das últimas 24h, 48h e até 72h. Você tem o reflexo de dias e semanas anteriores. O importante é fazer a avaliação do quadro como um todo. O que temos de mais sensível para a tomada de decisão é a pressão no sistema de saúde”, explicou.
No último dia da quarentena mais rígida, o governador Paulo Câmara afirmou que houve uma interrupção do crescimento acelerado das demandas por leitos de UTI, registrado nas últimas quatro semanas. Ainda assim, o Estado registra uma ocupação de 97% dos leitos das unidades de terapia intensiva. Durante a entrevista, o secretário André Longo foi questionado sobre a suspensão para o novo hospital de campanha no bairro dos Coelhos, o Tribunal de Contas do Estado (TCE), apontar supostas irregularidades.
Segundo Longo, o Governo do Estado optou por abrir novos leitos dentro da estrutura já existente na rede de saúde, seguindo inclusive uma orientação do próprio TCE. “Nós falamos que se a gente tivesse capacidade e condição de abrir leitos em uma estrutura que não fosse provisória, damos preferência a isso. Não vamos mais fazer o hospital de campanha dos Coelhos por uma questão de economicidade e encontramos uma alternativa melhor”, afirmou o gestor, garantindo que serão abertos mais 100 leitos dentro da rede hospitalar existente no Estado.
O gestor também afirmou que o governador Paulo Câmara não hesitará em recuar no Plano de Convivência e adotar medidas mais restritivas, caso seja registrado uma piora no número de casos da doença.
Sobre as aglomerações registradas com frequência no transporte público, mesmo durante o regime de quarentena mais rígida, também foi um assunto abordado na participação do secretario de Saúde André Longo, durante o Passando a Limpo. Apesar de afirmar que não é especialista no setor, Longo afirma que o Comitê de Enfrentamento da Covid-19 tem tratado do tema.
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“A gente sabe que é muito difícil neste modal de transporte, tanto de ônibus quanto de metrô, que é responsabilidade do governo federal, manter um distanciamento social adequado. É fundamental que as pessoas estejam usando máscaras que é a política de redução de danos”, alertou. O gestor também mencionou que o Governo do Estado tem tomado iniciativas para ampliar as frotas, com 200 ônibus a mais, além de estimular o fluxo de pessoas fora do horário de pico. “São problemas de infraestrutura do país. Problemas de décadas, que não seria a pandemia que iria resolver, mas precisamos tomar medidas para a redução de danos”, declarou.
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