POLÍCIA CIVIL

Organização suspeita de lavagem de dinheiro é alvo da Polícia em Pernambuco e mais dois estados

A operação aconteceu nesta sexta-feira (23)

Cadastrado por

JC

Publicado em 23/04/2021 às 10:05 | Atualizado em 23/04/2021 às 16:00
A operação foi vinculada à Diretoria Integrada Especializada (DIRESP), coordenada pelos delegados Victor Meira e Euricélia Nogueira - DIVULGAÇÃO/PCPE

atualizada às 15h54

A Polícia Civil cumpriu, nesta sexta-feira (23), 13 mandados de prisão e 15 mandados de busca e apreensão domiciliar nos estados de Pernambuco, Mato Grosso e Minas Gerais, dentro da operação "Calcanhar de Aquiles". O objetivo da ação é identificar e desarticular organização voltada aos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Na operação, 70 policiais civis, dentre delegados, agentes e escrivães foram empregados. Os mandados foram expedidos pela Vara Criminal de Barreiros, na Zona da Mata. Além disso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria de Operações Integradas (SEOPI), da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e da Polícia Civil de Mato Grosso (PCMT), apoiaram a ação.

As investigações, realizadas desde julho de 2020, foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (DINTEL). Foram expedidos 23 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão. Ao todo, a Polícia Civil investiga 350 contas, 61.458 movimentações financeiras, R$ 145 milhões de volume financeiro. Judicialmente foram bloqueados R$ 90 milhões.

Segundo o delegado Mário Melo, titular da Delegacia de Barreiros, as investigações tiveram início no município após um traficante ser identificado. "Nós identificamos um traficante que seria o arrecadador das bocas de fumo daquela localidade e a partir daí, com a apreensão do celular, nós começamos um trabalho investigativo e identificamos que havia depósitos vultosos de valores totalmente incompatíveis com a capacidade financeira daquele cidadão. Dele e de outras pessoas das quais eles faziam essas transferências. A partir daí, nós solicitamos mandados de quebras de sigilo bancário, fiscal, e todos os outros métodos de investigação e conseguimos constatar quatro grupos criminosos que negociavam, transferiam, depositavam valores incompatíveis com a sua renda", explicou .

Melo disse que, em Pernambuco, os investigados compravam os insumos para a fabricação das drogas. "Nós temos um núcleo local aqui que só fazia compra desses insumos e nós temos um núcleo que ele é local, mas tem um braço no Mato Grosso. Então, esse núcleo trazia substância para o refino de cocaína para o Estado e a partir daí se dava toda essa negociação em valores exorbitantes", contou. 

Durante as investigações, os policiais, segundo o delegado, identificaram cinco empresas de fachada, sendo três em Minas Gerais e duas no Mato Grosso. Os investigados utilizavam os nomes dos seus familiares para realizar as movimentações financeiras. "Todos faziam a lavagem de dinheiro através de seus familiares, que não tinham participação com o crime, ou o crime violento, mas os seus nomes eram utilizados para serem feitas contas bancárias, aberturas de empresa, justamente para dar aparência lícita desses valores auferidos com a venda de entorpecentes", disse. 

Entre os alvos da Polícia Civil, estão cinco pessoas presas nos municípios de Igarassu, Petrolina e Itaquitinga, sendo três delas classificadas como traficantes de "alta periculosidade". 

Durante a operação deflagrada nesta sexta-feira, foram apreendidos R$ 99.801,00, 14 aparelhos celulares, dois veículos, três eletrônicos, uma arma, além de motores de barco e cadernos de anotações.


 

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