O Procon Pernambuco interditou, na manhã desta quinta-feira (6), três empresas de crédito. As empresas estavam funcionando de forma ilegal, segundo o órgão de defesa do consumidor, "oferecendo empréstimos e ficando com o dinheiro" e garantido rendimentos fora da realidade. Uma delas não tinha documentação, nem CNPJ. Toda a operação foi feita em conjunto com a Delegacia de Repressão ao Estelionato (Depatri).
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As empresas interditadas foram a GT Clássica, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife; a Única, localizada na Dantas Barreto, área central da capital pernambucana, e a Diamond, no bairro do Pina, também na Zona Sul.
De acordo com a gerente de fiscalização do Procon, Danyelle Sena, todas elas trabalhavam de uma forma bem parecida. “Primeiro iam em busca dos clientes oferecendo empréstimos falando que a pessoa podia investir o valor retirado na empresa. Que o dinheiro iria render entre 10% e 25%, ao mês”, explica.
Em alguns casos a empresa ainda prometia pagar as parcelas do empréstimo. Todos os empréstimos eram feitos de forma consignada, ou seja, a parcela era descontada diretamente do salário do consumidor.
A GT Clássica, que está no Recife desde novembro de 2020, já fechou cerca de 15 contratos. Em um deles é possível ver escrito a próprio punho, uma exigência da empresa, os dados de uma senhora aposentada que fez um empréstimo de R$111 mil e transferiu todo valor para a empresa. Ela pagará 96 parcelas de R$ 3.860.
“No documento a empresa informa que irá pagar as parcelas e a permissão para a empresa baixar o aplicativo do banco do consumidor com poderes de mexer na conta, além de cópia do cartão”, explica a gerente. Os contratos de todos os clientes foram copiados e eles serão convocados pela Depatri para prestar esclarecimentos.
Segundo o funcionário da GT, eles captam os clientes através de dois sistemas que fornecem diversos dados do consumidor, entre eles nome, CPF, endereço, telefone, se é aposentado ou pensionista, se já tem empréstimo, a margem para um novo empréstimo e até o salário que recebe. Em alguns casos a empresa vai até a casa do consumidor para poder fechar negócio.
A GT foi interditada por fazer esse tipo de atividade e não possuir CNPJ, para fazer empréstimos, quarteirizou o serviço.
A Única e Diamond também apesar de ter documentos também tinham a prática ilegal. No momento da fiscalização, na Diamont havia uma consumidora fechando contrato. Ela e a gerente da empresa foram encaminhadas a Depatri, para prestar esclarecimentos. A Única já tinha um procedimento administrativo no Procon, que a impedia de fazer novos contratos, mas que não estava sendo cumprido. Todas as empresas terão o prazo de 10 dias para apresentar defesa.
“Já recebemos no órgão, consumidores que fizeram esse tipo de transação. As empresas pagaram as primeiras parcelas e depois fecharam. Ninguém sabe para onde elas foram e também não possuíam CNPJ, o que dificulta o nosso trabalho”, conclui Danyelle.
Onde buscar ajuda?
Os consumidores que fizeram essa categoria de empréstimo devem procurar a sede do Procon Pernambuco, na Rua Floriano Peixoto, 141, bairro de São José, ou a Delegacia de Estelionato, localizada na Rua São Miguel, 268, no bairro de Afogados.