A Polícia Científica de Pernambuco irá coletar amostras de DNA de familiares de pessoas registradas como desaparecidas no Estado. O objetivo é integrar a campanha nacional fomentada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), lançada nesta terça-feira (25), Dia Internacional da Criança Desaparecida. Podem participar parentes de primeiro grau de pessoas desaparecidas - pai, mãe, irmãos e filhos - que se cadastrarem em um dos 12 postos de coleta abertos nas unidades de Polícia Científica localizados no Grande Recife e interior de Pernambuco. A campanha quer ampliar as chances de identificação de desaparecidos, através do confronto com os dados do Banco de Perfis Genéticos do Brasil.
Pernambucanos interessados em realizar o cadastro devem ligar, a partir desta quarta-feira (26), para a Central de Agendamento no (81) 3183-5388 ou ir pessoalmente em uma unidade da Polícia Científica. A coleta será realizada a partir da semana de 14 a 18 de junho, quando ocorrerá a mobilização nacional. É preciso apresentar o boletim de ocorrência no qual se registrou o desaparecimento.
Na Região Metropolitana do Recife, os pontos de atendimento serão o Instituto de Medicina Legal Antônio Persivo Cunha (IMLAPC), localizado no Centro do Recife; o Instituto de Genética Forense Eduardo Campos (IGFEC), que fica em Jaboatão dos Guararapes; e o posto do IML no município de Paulista. Os moradores do interior poderão procurar as Unidades Regionais de Polícia Científica de Caruaru, Garanhuns, Palmares, Nazaré da Mata, Petrolina, Arcoverde, Ouricuri, Salgueiro e Afogados da Ingazeira.
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De acordo com a gerente geral da Polícia Científica de Pernambuco, Sandra Santos, é importante fazer o uso do DNA para identificar e localizar pessoas desaparecidas. "O uso do DNA se mostra cada vez mais eficaz e muitas vezes é o único recurso capaz de acabar com o sofrimento de famílias que vivenciam a dor do desaparecimento. Ao cadastrar esses perfis genéticos em todo o Brasil, será possível dar a inúmeras famílias um desfecho para a angústia de não saber o que ocorreu àquele ente querido. Pernambuco já tem o terceiro maior banco de perfis genéticos de restos mortais não identificados, e agora poderemos avançar no cadastro de possíveis familiares dessas pessoas", explicou.
Além do material genético dos familiares, será possível cadastrar DNA dos próprios desaparecidos. O cadastro se dará por meio de material coletado em objetos pessoais, como escovas de dentes e aparelhos de barbear que eram usados pelo parente desaparecido.
Legislação
O Projeto Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas para Inclusão nos Bancos de Perfis Genéticos é uma iniciativa do da Senasp e do Comitê Gestor da RIBPG, criado a partir da Lei Nº 13.812/2019, e conta com o apoio da Polícia Federal. Essa lei estabeleceu a Política Nacional de Pessoas Desaparecidas e prevê apoio financeiro da Secretaria Nacional de Segurança Pública aos Estados, no intuito de custear o processamento das amostras de cadáveres não identificados nos bancos de perfis genéticos - assim como as amostras de familiares de 1º grau de pessoas desaparecidas com registro de ocorrência na Polícia Civil.