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Após anúncio de que Pernambuco não terá Transnordestina, ministro afirma que governo pretende fazer nova licitação

Não há previsão para retomada. No último mês, o ministro da Infraestrutura informou que apenas as obras para o Ceará seguiriam

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Cássio Oliveira

Publicado em 11/08/2021 às 9:52 | Atualizado em 11/08/2021 às 13:30
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Ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho disse, na manhã desta quarta-feira (11), em entrevista à Rádio Jornal, que a obra da Transnordestina poderá ser relicitada, para que outra empresa toque e entregue a ferrovia. 

"Quem fez o contrato com a concessionária da Trasnordestina não fomos nós (Governo Bolsonaro), administramos porque é uma obra do Brasil. Constatamos que a empresa tem dificuldade de tocar nas duas vertentes, para Pecém e Suape. Então, há negociação com a empresa para permitir que uma das vertentes mais adiantada tenha funcionalidade e, se a empresa não pode tocar a outra vertente, que ela entregue a quem possa", disse. 

No final de julho, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas anunciou que Pernambuco não teria mais um ramal da ferrovia Transnordestina. Segundo ele, não há viabilidade para fazer a conexão da ferrovia até Porto de Suape, por isso o governo deverá optar por construir, por enquanto, somente o trecho da ferrovia Transnordestina até o Porto de Pecém, no Ceará.

“Foi um imbróglio que foi herdado, mais um problema de modelagem. Entendo que as duas ‘pernas’ não coexistem. Estou deixando claro para todo mundo que não tem demanda para o ramal de Pernambuco e para o ramal do Ceará”, afirmou Tarcísio à época.

A Transnordestina começou a ser construída em 2006 com prazo para estar concluída em 2014 e, depois, em 2016. Em 2017 o Tribunal de Contas da União suspendeu os repasses públicos em razão das incertezas quanto a possibilidade de conclusão do projeto que já havia consumido R$ 6 bilhões em investimentos e ainda demandava mais de R$ 5 bilhões para ser concluído.

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O governo federal aponta que a concessionária Transnordestina Logística, comandada pela CSN e responsável por construir e operar a ferrovia, mantém as obras em andamento, com praticamente 1.000 trabalhadores em campo, tendo investido R$ 300 milhões no ano passado. "O governo retomando a obra pode relicitar e permitir que outra empresa conclua o trecho de Pernambuco. O que não podemos é ficar olhando inertes se ela não desenvolve. Problema existe, somos um país enorme, mas o pior pecado é omissão", comentou Rogério Marinho.

Na próxima segunda-feira (16), o governador Paulo Câmara (PSB) terá uma reunião com o Tarcísio de Freitas, em Brasília, para tratar do ramal da Transnordestina. Desde a divulgação que Pernambuco não teria mais o trecho da ferrovia que faria conexão até o Porto de Suape, o Governo do Estado e parlamentares da bancada federal pernambucana têm buscado reverter a decisão do governo federal.

 

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