Não bastasse a agitação e o tumulto típicos do Centro do Recife, quem trabalha na área precisa lidar com um problema antigo e já bastante conhecido: as péssimas condições das calçadas. Construídos para facilitar a passagem dos pedestres, o 'passeio' está cada vez mais deteriorado e tem dificultado a locomoção pelas ruas centrais.
Na Rua da Palma, por exemplo, é preciso redobrar a atenção e desviar, à todo momento, dos buracos. "É bastante ruim andar por aqui porque tem bastante buraco. Tanto é ruim pra gente quanto para pessoas com mobilidade reduzida, como cadeirantes", disse dona Zezé Arruda, em entrevista à reportagem.
Já Elias Amorim, que é vendedor de uma loja de móveis e eletro, disse que é comum pessoas tropeçarem nos buracos. Ele mesmo já machucou o pé quando chegava para trabalhar. "Eu tropecei aqui já. Já estava com um probleminha e agora fez agravar mais um pouco", disse.
Na calçada do lado oposto, a mesma dificuldade é encontrada. Em alguns trechos, o asfalto está desnivelando e tampas de galerias estão quebradas. Por conta disso, o pedestre precisa disputar com os veículos e andar fora da calçada.
A reportagem do JC circulou outros trechos do centro do Recife e encontrou mais descaso. Na Floriano Peixoto, os problemas se repetem e os pedestres também se encontram insatisfeitos.
Dona Maria José precisa tomar muito cuidado para não cair. "Se for velha como eu tem andar bem devagarinho e observar bastante para não tropeçar. Já teve dia que eu caí quatro vezes nessas ruas."
Na frente da Casa da Cultura, um dos mais importantes pontos turísticos da cidade, a calçada também está precária e precisando de reparos, assim como na Avenida Nossa Senhora do Carmo. Por lá, muitos buracos e caixas de cimento sem tampa tomam conta do passeio.
Em nota, a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) informou que enviará equipes para os locais citados na reportagem. Apesar disso, informou afirmou que, por lei, a responsabilidade na manutenção das calçadas é do proprietário dos imóveis em questão, e que a atribuição só deve ser da gestão municipal em áreas públicas.