A Prefeitura do Recife prometeu que as obras de requalificação da Orla de Boa Viagem, na Zona Sul da cidade, serão iniciadas ainda em 2021. A previsão foi feita por meio de nota à reportagem do JC, que cobrou resposta sobre a requalificação dos 60 quiosques da área, que serão, segundo a Secretaria de Política Urbana e Licenciamento, "uma das etapas prioritárias".
A última reforma nos quiosques foi realizada há 11 anos, em 2009. Hoje, muitos deles estão abandonados, e viraram ponto de uso de drogas e de abrigo para pessoas em situação de rua. Os que permanecem abertos, são constantemente alvos de assaltos ou furtos.
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Em dezembro de 2020, a Prefeitura do Recife aprovou um projeto de revitalização dos equipamentos, mas ainda não havia assinado uma ordem de serviço. À época, a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife havia dito ao JC que esperava começar a obra até o fim do ano. A gestão não deixou claro se algo será alterado da planta.
O projeto, feito em conjunto pelo arquiteto recifense Bruno Ferraz, historiador Leonardo Dantas, xilógrafo Severino Borges e pela Associação Pelo Cordel em Pernambuco (Acordel), prevê que os novos quiosques reúnam características como cultura, modernidade e sustentabilidade, contando em suas paredes fatos marcantes da história recifense.
O projeto foi encabeçado pela Associação de Barraqueiros de Coco do Recife (ABCR) por meio de acordo com uma empresa privada, que realizará o serviço em troca de publicidade. Ou seja: não precisará de recursos dos tesouros municipais, estaduais ou federais. As tratativas com a prefeitura estão acontecendo, e Josy Miranda, presidente da ABCR, espera que a autorização para as obras seja dada ainda neste mês de setembro. “Acredito que vão dar o alvará depois do dia 15. Virá um novo conceito de orla. Estamos animados, vai melhorar nosso trabalho e trazer mais turistas para a orla”, celebrou.
Conheça o projeto
O projeto final foi desenvolvido pelo arquiteto recifense Bruno Ferraz, formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 1985 e que já foi presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) em Pernambuco e vice-presidente do IAB nacional. O trabalho foi feito em parceria com o historiador e escritor Leonardo Dantas, com vasta contribuição para o registro histórico do Recife, que será o responsável por elencar 60 fatos marcantes da história recifense, formando uma cronologia ao longo de toda a orla. A xilogravura de cada equipamento será de Severino Borges e o cordel será feito por 60 cordelistas. O material foi contratado pela ABCR e levado para à Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc), responsável pela articulação do processo.
Segundo a planta apresentada pela ABCR, cada um dos 60 equipamentos terá painel de energia solar e balcão acessível para cadeirantes, além de versos contando fatos marcantes da história recifense, que comemora 500 anos em 2037, desenhos com grafismo de Cordel e painel de azulejos com o desenho do antigo calçadão da orla. Eles serão confeccionados em concreto resistente, e o design vai permitir sombra e o abrigo da chuva para os frequentadores. O tamanho é semelhante aos que existem hoje. Cada um vai contar também com uma área para depósito, hoje inexistentes, além de toda a estrutura elétrica e hidráulica necessárias.