Com informações de Juliana Oliveira, da TV Jornal
Nesta segunda-feira (1), Dia de Todos os Santos e véspera de Finados, visitantes já transitavam pelo Cemitério de Santo Amaro, no Centro do Recife, nos primeiros minutos de abertura do equipamento. O local integra um dos cinco Cemitérios Municipais do Recife, junto ao Parque das Flores, Tejipió, Várzea, na Zona Oeste, e o de Casa Amarela, também na Zona Norte.
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Os portões do Cemitério abriram às 6h30, horário em que as primeiras pessoas começaram a chegar e os funcionários terminavam de fazer a limpeza dos túmulos e ruas. Na entrada principal, um dispositivo foi colocado para que os visitantes possam higienizar as mãos e prevenir o contágio pela covid-19. A doença já tirou a vida de mais de 20 mil pacientes no Estado, entre elas a do filho da musicista Sara Branco.
"Ele era um homem de conduta reta e honesta. Ele se protegia, mas mesmo assim foi vítima da doença", desabafou a mulher, que perdeu o filho em agosto deste ano. Para homenageá-lo, ela levou flores e um quadro para colocar no túmulo do homem.
A movimentação deve aumentar no Dia de Finados. De acordo com a Prefeitura, a expectativa é que cerca de 20 mil pessoas circulem pelos cemitérios do Recife, na terça-feira (2). Na data, os equipamentos funcionarão em regime especial de 7h às 18h, para comportar o fluxo de homenagens aos entes já falecidos. Em Santo Amaro, uma missa será celebrada pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido às 10h. Já na parte da tarde, a celebração ocorre no Parque das Flores.
Com o objetivo de evitar aglomerações, a professora Sônia Brito optou por comparecer ao Cemitério nesta segunda-feira. "Acredito que muita gente virá amanhã e terá aglomeração. Por causa disso,
preferi vir hoje", disse.
Alguns dos cemitérios passaram por melhorias para o evento. No de Santo Amaro, na Zona Norte, a prefeitura instalou placas sinalizadoras com códigos de QR Code onde os visitantes podem acessar e conhecer a história de alguns dos sepulcros. O local conta com cerca de 20 mil túmulos e nove mil ossuários, sendo os da menina sem nome e de Chico Science um dos mais procurados.
"Hoje vim homenagear os amigos e familiares que já se foram e aproveitei para dar uma olhada, pela primeira vez, no túmulo da menina sem nome", pontuou o contador João Felipe de Carvalho Feitosa.
A menina sem nome foi uma encontrada morta na manhã do dia 23 de junho de 1970, na Praia do Pina, Zona Sul da cidade. Estava com as mãos amarradas para trás e sem roupas. Em volta de seu pescoço, havia uma outra corda. O caso teve grande repercussão no Estado à época, mobilizando as forças policiais na caçada ao assassino.
Já se tornou comum a recifenses visitar o túmulo da Menina sem Nome, no dia 2 de novembro. A ela atribuem milagres e graças alcançadas. Falam em cura para doenças e de proteção para a família. No local, todos os anos depositam bonecas e doces em homenagem. Também há diversas placas com agradecimentos, alguns anônimos, e o espaço onde são depositadas as velas está sempre quente, demonstrando que as visitas não são só restritas ao Dia de Finados.
A aposentada Zélia Ferreira de Araújo foi uma das pessoas que compareceu ao túmulo da menina sem nome nesta segunda para fazer uma prece. "Venho aqui desde que a criança apareceu morta na praia.
O que me traz aqui hoje é para ver se ela me ajuda com um problema de saúde, já que o meu joelho tem me incomodado bastante", desabafou.
Comércio de flores
As flores e plantas são um dos itens mais procurados como ornamento para as lápides de quem já se foi. No entorno dos cemitérios, os boxes de flores já estão abastecidos para a data à espera dos clientes. Os comerciantes estão otimistas para as vendas deste ano.
A florista Elizabeth Nascimento comemora o crescimento na procura dos clientes. “O movimento este ano está melhor, também porque está começando agora. Eu vendo mais aqui a rosa vermelha que sai por R$ 3 o botão. Também sai muito a mãe-senhor amarelo, misto e tango”, explica a comerciante.
Nesta segunda-feira (1) também se inicia o Festival das Flores de Holambra, no pátio da Basílica do Carmo, na região Central do Recife. O evento acontece de 8h às 18h, e oferece diversas espécies de plantas por preços populares.