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Maioria das prefeituras não deve realizar réveillon em Pernambuco

Amupe espera que definição sobre o Carnaval aconteça na segunda quinzena de janeiro

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Margarida Azevedo, Paulo Veras

Publicado em 01/12/2021 às 16:55
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Em uma reunião na manhã desta quarta-feira (1º), a maioria das prefeituras de Pernambuco sinalizaram que não realizarão festas de réveillon em 2021, segundo o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota (PSB). Ainda não há definição dos municípios em relação ao Carnaval de 2022. A Amupe espera que a resposta sobre ter ou não os festejos só seja possível na segunda quinzena de janeiro.

“Em relação às festas, é um debate muito preocupante. O sentimento predominante é que não deverá ter festa de final de ano. Quanto ao Carnaval, não há ainda definição em relação a ter ou não. Entre os dias 15 e 20 de janeiro, é provável que saia uma decisão do Estado. Claro que os prefeitos, do ponto de vista restritivo, podem decidir desde já se não quiserem fazer. O prefeito de Carpina (Manoel Botafogo) estava lá e já disse que não vai ter réveillon, nem o Carnaval”, disse Patriota ao JC.

Na reunião, uma das falas mais importantes partiu do prefeito de Olinda, Lupércio (SD), que teria quantificado o risco de transmissão da covid-19 durante as aglomerações do Carnaval. “Ele disse que são 4 milhões de pessoas que entram na cidade só no período momesco", indicou o presidente da Amupe.

Por videoconferência, o secretário estadual de Saúde, André Longo, acompanhou a conversa. Ele repetiu que o Estado não tem como se posicionar agora sobre o Carnaval, mas que o governo tem acompanhado de perto os números e os novos estudos sobre a pandemia.

No Recife, já está definido que não haverá shows na orla durante a virada do ano, mas que a queima de fogos está mantida.

Segundo Patriota, a Amupe não tem poder de decidir pela realização ou não das festividades, mas o encontro desta quarta buscou ser um fórum de debates e de orientações para os gestores. “Temos que tomar decisões de forma integrada e ter medidas uniformes. Não adianta um município abrir e outro fechar. Então o objetivo da Amupe é buscar esse alinhamento”, explicou.

‘Momento de segurar’

A posição dos prefeitos parece estar alinhada com a do governador Paulo Câmara (PSB). Também nesta quarta, ele indicou que, por hora, ainda é “momento de segurar festas públicas”, mas que é preciso ver como o desenrolar dos casos de covid-19 vão continuar pelas próximas semanas antes de ter uma definição sobre o Carnaval.

“A gente tem preocupação com a circulação ainda do vírus, com 600 mil pessoas que ainda não tomaram a segunda dose. As precauções para o Réveillon já estão sendo tomadas, é um momento ainda de segurar festas públicas, então vamos aguardar. Ainda temos tempo, e evidentemente que são as condições sanitárias que vão ditar se vai ter ou não (Carnaval). A gente espera que não haja nenhum retrocesso. Não tendo retrocesso, a gente pode ter uma discussão bem avançada. Mas se continuar a ter algum tipo de questão que possa preocupar, evidentemente que em primeiro lugar vai vir a saúde e a vida das pessoas”, sinalizou Câmara.

Busca ativa e passaporte de vacinação

Para tentar antecipar o processo de retomada à normalidade, os prefeitos também acertaram que farão uma grande campanha de vacinação na reta final de 2021, que pode incluir até um processo de busca ativa por pessoas não vacinadas ou que estão com a segunda e a terceira doses atrasadas. O avanço da vacinação é uma das condições impostas por Longo para liberar eventos de grande público, como o Carnaval.

Outro ponto que tem sido defendido pela Amupe é o endurecimento das prefeituras em relação ao passaporte de vacinação, regra que exige a comprovação da imunização para que as pessoas possam acessar espaços públicos.

“A gente precisa intensificar a proteção. E o caminho não tem outro, é a vacina. Por isso vamos fazer uma grande campanha de vacinação. Precisamos aumentar a testagem e a fiscalização das medidas restritivas para quem optou por não se vacinar. Essas pessoas são tipo um fumante, elas oferecem um risco à saúde pública na medida em que são uma porta para o vírus circular. É preciso ser mais rigoroso em relação a isso e às exigências do passaporte vacinal”, afirmou Patriota.

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