Com mais de um milhão de veículos produzidos nos seis anos de operação em Goiana, Zona da Mata de Pernambuco, o Polo Automotivo Stellantis - grupo criado a partir da fusão da Fiat Chrysler Automobiles com a montadora francesa PSA Group - foi a base industrial moderna escolhida para o relançamento da marca Jeep no Brasil. O resultado: o desenvolvimento econômico e regional com um polo que produz até quatro modelos de carros simultaneamente.
Desde o início de suas atividades, em 2015, o Polo Jeep investe no desenvolvimento de suas equipes. Atualmente, mais de 14 mil pessoas trabalham no Polo Automotivo Stellantis, onde cerca de 90% são nordestinos, sendo 85% pernambucanos. “Estamos colhendo os frutos do trabalho desenvolvido nesses seis anos. Ao lado do foco nas inovações tecnológicas, conseguimos também alcançar a maturidade do time e, consequentemente, resultados motivadores”, comemora Pierluigi Astorino, Diretor de Manufatura da Stellantis para América do Sul.
Somando ao relançamento da marca Jeep, a planta de Goiana foi responsável pelo primeiro carro conectado da Stellantis no país: o Jeep Renegade equipado com a Adventure Intelligence by Jeep Connect, plataforma de serviços de conectividade. Além dele, toda a nova geração da picape Fiat Toro e do líder de segmento Jeep Compass fizeram parte da história do Polo - que trouxe este ano o lançado do quarto produto, o modelo inédito Jeep Commander, colocando a Jeep no segmento de D-SUV e consolidando o Polo como um verdadeiro SUV Center.
Investimento que atrai fornecedores
Em curso até 2025, o plano de investimentos de R$7,5 bilhões da Jeep tem como foco o desenvolvimento de novos produtos e a atração de novos fornecedores. Uma estratégia de ampliação da sua cadeira que se reforça ao longo dos anos. Isso porque o Polo Automotivo Stellantis foi inaugurado com um Parque de Fornecedores formado por 16 empresas em seu perímetro industrial, em Goiana. A expectativa é que até 2025 estejam instalados em Pernambuco 61 fornecedores, entre materiais diretos e indiretos. Atualmente, a cadeia de fornecedores automotivos local é formada por 41 empresas.
Essa soma de esforços entre fornecedores contribui para que os veículos produzidos no Polo alcancem um alto índice de nacionalização. Ou seja, a alta produção atrai indústrias para o entorno da planta Jeep que passam a fazer parte da cadeia automotiva que envolve diversos setores. Os fornecedores, por sua vez, necessitam desenvolver seus próprios fornecedores de insumos e serviços e, deste modo, ativa-se uma corrente de industrialização. Atualmente, esse índice ultrapassa a marca de 60%, um destaque na indústria automotiva brasileira.
Esse alto índice contribuiu para que a Jeep fosse reconhecida como a primeira montadora no Brasil a utilizar a cabotagem, transporte marítimo entre portos brasileiros, como fluxo permanente para transporte de componentes. Desde 2018 o Polo utiliza a cabotagem para a movimentação de componentes entre as regiões Sul, Sudeste e a planta em Goiana.
As partes chegam pelo Porto de Suape e de lá seguem para a fábrica via transporte rodoviário. Além do custo mais baixo, a movimentação marítima também está alinhada com o pilar da Stellantis de buscar sempre a sustentabilidade do negócio, reduzindo o impacto ambiental da movimentação logística.
Inovação sempre presente
Além da modernização como destaque na planta de Goiana, um projeto reunindo a Stellantis, a TIM e a Accenture lançou em outubro deste ano o primeiro piloto 5G standalone para a indústria automobilística no Brasil. A iniciativa é aplicada ao ambiente industrial, por meio de uma rede privada, que utiliza inteligência artificial e cloud computing, armazenamento através de uma nuvem, de forma inédita.
“Este é o primeiro passo para tornar o Polo Automotivo de Goiana a primeira planta industrial do setor integrada com base na tecnologia 5G”, afirma o presidente da Stellantis para a América Latina, Antonio Filosa. “É uma conquista que confirma a vocação da Stellantis para a inovação com foco na satisfação do cliente. Queremos estar na vanguarda da nova tecnologia e das possibilidades trazidas pelo 5G”, acrescenta.
Como o projeto funciona?
Após a fixação das etiquetas de identificação do veículo em sua traseira, uma câmera captura imagens durante o trânsito do veículo ao longo da linha de produção e, utilizando a arquitetura baseada na tecnologia 5G, transmite estes dados em tempo real para a Solutions.AI for Processing em operação na nuvem, aproveitando-se da baixa latência e da alta capacidade de transmissão de dados. Um software de inteligência artificial verifica a conformidade da sigla e informa aos operadores de inspeção de qualidade seu resultado em tempo real para a liberação ou não do veículo. Ao final, indicadores de performance orientam os gestores quanto à qualidade do processo de montagem. Com isto, assegura-se a perfeita conformidade de todos os itens que integram o veículo com seu modelo e versão.
De acordo com André Souza, CIO da Stellantis para a América do Sul, o projeto é um case focado no cliente final, com ganho imediato de qualidade e conformidade. “Na planta, são produzidos quatro modelos que se multiplicam em mais de 100 versões, cada qual com suas especificações de itens, componentes e acessórios. Este controle é fundamental em uma linha flexível, como a de Goiana, onde são fabricados quatro modelos distintos de duas marcas”, enfatiza.
Os aprendizados sistematizados nesta etapa inicial serão utilizados em um segundo projeto-piloto mais complexo, que começa a ser implantado ainda no mês de novembro. O tema escolhido é o tráfego de AGVs (Automated Guided Vehicles). A tecnologia controlará a movimentação dos carrinhos automáticos, dispensando a instalação de trilhos físicos ou magnéticos no piso.
Tecnologia a favor da indústria automotiva
Além da parceria com a TIM e a Accenture, o Grupo Stellantis e o Instituto SENAI de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs) deram início a sua primeira parceria com foco na evolução tecnológica da indústria automotiva.
Aprovado no programa Rota 2030, o projeto consistirá no desenvolvimento de uma solução tecnológica capaz de aprimorar a execução do plano operativo de montadoras de automóveis. A criação e a validação da solução envolve, além da planta de Goiana, duas sistemistas que atendem à empresa, cujos processos produtivos estão diretamente vinculados ao da montadora: a Componentes de Módulos Plásticos (CMP) e a Componentes e Módulos Automotivos (CMA).
Ao todo, o investimento somará mais de R$ 1 milhão, dos quais R$ 625 mil serão oriundos do Rota 2030. O custo restante será compartilhado entre a Stellantis e as demais empresas participantes do projeto.
Por meio dessa parceria, o ISI-TICs irá desenvolver um software capaz de auxiliar na resolução de um desafio comum nas plantas automotivas que fabricam mais de um tipo de produto, como é o caso da fábrica pernambucana da Stellantis: a necessidade constante de ajustes no plano operativo para cumprir com a meta estabelecida de produção.
“A Stellantis é uma empresa voltada para a inovação e o futuro da mobilidade. Esta parceria soma talentos e competências, sendo capaz de acelerar e ampliar nossos resultados na busca de soluções inovadoras”, ressalta Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América Latina.
O projeto contará, ainda, com a participação da Maltic, start-up pernambucana que atua junto à indústria tanto com consultorias em tecnologias de mercado quanto no desenvolvimento de soluções customizadas. Além de participar do co-desenvolvimento da solução, o papel da empresa será atuar como fornecedora da solução para toda a cadeia automotiva do País.