POLÍCIA

Operação da Polícia Civil de Pernambuco bloqueia R$ 1,8 bilhão oriundo do tráfico de drogas pelo país

A "Smurfing", como foi chamada, emitiu 104 mandados de prisão e 45 mandados de busca e apreensão em 16 estados do Brasil

Cadastrado por

JC

Publicado em 18/03/2022 às 14:41 | Atualizado em 18/03/2022 às 15:03
Da esquerda para a direita, Cammilla Figueiredo, diretora adjunta da DIM; Antônio Barros, diretor da DIM; Nehemias Falcão, Chefe da PCPE; Darlson Macedo, Subchefe da PCPE; Abraão Didier, DESEC do Cabo de Santo Agostinho e Ney Luiz - delegado de Ipojuca - DAY SANTOS/JC IMAGEM

Com informações do repórter Wagner Oliveira, da TV Jornal

Investigações que começaram há quatro anos em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, desencadearam, nessa quinta-feira (17), no que a Polícia Civil do Estado chamou de “maior operação” de sua história, intitulada “Smurfing”, ligada ao combate ao tráfico de drogas.

Até agora, foram bloqueados R$ 1,8 bilhão em ativos e bens e emitidos 104 mandados de prisão e 45 mandados de busca e apreensão em 16 estados do País, em ação que conta com 400 policiais, entre delegados, agentes e escrivães.

Só em Pernambuco, foram cumpridos mandados em nove cidades, sendo estas: Recife, Petrolina, Cabo de Santo Agostinho, Olinda, Paulista, Limoeiro, Igarassu, Carpina, Abreu e Lima. Até a manhã desta sexta-feira (18), quando houve coletiva de imprensa para detalhar o caso, 56 pessoas já haviam sido presas.

Segundo a corporação, tudo começou com o acompanhamento da Delegacia de Ipojuca a uma facção criminosa atuante no município pernambucano desde 2018, que rendeu, dois anos depois, em 2020, no desencadeamento da Operação Toca, cumprindo cerca de 50 mandados de prisão de pessoas supostamente ligadas ao tráfico.

Mas segundo o delegado Ney Luiz, de Ipojuca, “não se combate o crime organizado, o tráfico de drogas e a violência recorrente dele somente com a prisão de traficantes. É necessário um trabalho para que possamos asfixiar financeiramente essas organizações criminosas e interromper o fluxo financeiro.”

Por isso, com o objetivo de interromper o esquema criminoso, o Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), da PCPE, procurou quem seriam os destinatários do dinheiro. “Então conseguimos chegar até essas pessoas que são as possíveis líderes e fornecedoras para Pernambuco e parte do Brasil”, explicou.

Tais investigações apontaram que a maior parte dos envolvidos eram empresários que possuíam empresas regulares e não levantavam qualquer suspeita, e que residiam principalmente em estados próximos à Bolívia, de onde a droga pode ter vindo.

Entre os 104 investigados, 40 eram mulheres. “Em razão de alguns dos investigados terem a coordenação dificultada por estarem presos, inclusive o líder, que está em presídio federal, eles contavam com o auxílio delas (das mulheres) para continuar atuando no tráfico de drogas”, disse o delegado.

A Smurfing sequestrou 51 imóveis, 98 veículos (avaliados em R$ 11,8 milhões), R$ 24 mil em dinheiro em espécie, apreendeu 26 celulares, 15 armas e drogas como cocaína, crack e maconha em quantidade não especificada.

O delegado Ney Luiz afirmou que as investigações continuam e que novas operações devem ser desencadeada nos próximos meses a partir do que foi descoberto. "Ainda estamos analisando todo o material encontrado e apreendido com essas pessoas."

A ação foi realizada em parceria com a Secretaria de Operações Integradas (Seopi/MJSP), através do projeto MOSAICO. A "Smurfing" é vinculada à Diretoria Integrada Metropolitana (DIM) e presidida pelo delegado Ney Rodrigues, titular da Delegacia de Polícia da 42ª Circunscrição - Ipojuca. As investigações foram assessorada pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil (Dintel), pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro (LAB/PCPE), Giso/Seres, além das polícias dos estados envolvidos.

Tags

Autor

Veja também

Webstories

últimas

VER MAIS