Publicado em 22/08/2022 às 8:24
| Atualizado em 22/08/2022 às 9:03
Com colaboração do repórter Emerson Pereira, da TV Jornal
A semana começou com transtornos para os trabalhadores que dependem do Metrô do Recife para se locomover. É que, nesta segunda-feira (22), a Linha Centro opera com um atraso médio de 20 minutos, sem previsão para ser normalizada.
Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) Recife, um problema de sinalização de via fez com que a operação precisasse acontecer com via singela - quando os trens usam a mesma via para trafegar nos dois sentidos.
Hoje, operam apenas nove trens na Linha Centro e seis na Linha Sul, segundo a CBTU.
Os reflexos do problema foram sentidos em várias estações. A de Camaragibe, por exemplo, que faz parte do outro ramal da Linha Centro, ficou com a plataforma lotada. Na do Barro, a reportagem encontrou até mesmo infiltrações nas paredes e no teto.
Nessa terça-feira (16), houve uma "explosão" provocada por um provável curto circuito em um dos trens do Ramal Jaboatão da Linha Centro. No mesmo dia, a coluna Mobilidade, deste JC, denunciou a situação precária no sistema do Recife, apontando como causa a ausência de recursos até mesmo para o custeio da operação.
Sem recursos para nada, o Metrô do Recife também segue sem perspectivas, o que é o mais angustiante. Não recebe recursos do governo federal, via Administração Central da CBTU e Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), e ainda viu o estudo de uma possível estadualização e futura gestão privadaser engavetado pessoalmente pelo governador Paulo Câmara (PSB).
Em maio, o governador se comprometeu com os metroviários de que não iria avançar com o processo de estadualização e, posteriormente, concessão do Metrô do Recife à operação privada.
O Sindicato dos Metroviários (SindMetro) pressionou e ameaçou paralisar o metrô, conseguindo travar o processo pelo menos na gestão de Paulo Câmara. De lá para cá, nada aconteceu e o metrô seguiu em destruição, sem dinheiro para custeio, muito menos para investimentos, com muitas quebras, intervalos superiores a sistemas de trens de subúrbio e, ainda, sem perspectiva. Nenhuma perspectiva.
Cada grupo defendendo apenas seus nichos, enquanto o passageiro sofre e paga a conta.
Jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Desde julho de 2019, faz parte da equipe do JC.COM.BR. Atualmente, como repórter de cidades, urbanismo e direitos humanos. Vencedora do Prêmio Urbana de Jornalismo 2021, finalista da Expocom NE 2021 e menção honrosa no 4º Prêmio de Jornalismo Mosca.
Localidade:Recife, PernambucoTelefone:twitter.com/katarinagmoraesCargo:RepórterCursoTreinamentos do Google de SEO e do Facebook sobre mídias digitais, Curso de Marketing Digital pela Universidade de São Paulo (USP); Curso de Comunicação Empresarial pela Universidade de Califórnia.