Três anos após um dos maiores desastres ambientais do litoral brasileiro, novos vestígios de óleo são encontradas em praias de Pernambuco.
O resíduo, ainda desconhecido, tem aparecido desde a última quinta-feira (25) e já foi registrado em pelo menos cinco municípios.
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas/PE), através da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), convocou uma reunião emergencial nessa sexta-feira (26), para avaliar o aparecimento do material.
Além dos representantes do Governo do Estado, membros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Marinha do Brasil.
O surgimento do material nas praias coloca a população e autoridades em alerta, já que em 2019 toneladas de petróleo invadiram as praias litorâneas, sufocando tudo o que via pela frente. A vida marinha da região sofreu danos irreversíveis. Em desespero, a própria população participou da limpeza do material tóxico, sem aparatos especializados.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o petróleo foi visto em 11 estados (9 do Nordeste e dois no Sudeste, Espírito Santo e Rio de Janeiro), 130 municípios e 1009 localidades diferentes.
Só em Pernambuco, 1,5 mil toneladas foram retiradas por voluntários, equipes das prefeituras, moradores de áreas litorâneas, pesquisadores e comerciantes que dependem do turismo e da pesca.
Até hoje, os responsáveis pelo crime seguem impunes, enquanto a CPI do Óleo, aberta à época na Câmara dos Deputados, foi encerrada em abril de 2021 sem apresentar um relatório final.
Até o momento, houve a confirmação de que vestígios de óleo tenham chegado em faixas de areia de Olinda, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Tamandaré e Recife.
Segundo a Semas, foram encaminhados ofícios às prefeituras das cidades com faixa de praia, orientando que fiquem alertas ao cenário durante o final de semana. Uma nova reunião entre os órgãos de vigilância deve ser realizada nesta segunda-feira (29), para avaliar o cenário do final e a adoção de eventuais novas medidas.
Uma equipe de monitoramento também foi mobilizada. O Semas, CPRH e Ibama trabalharão juntos na vigilância das praias do Recife, Olinda, Paulista, Jaboatão e Cabo. Os municípios mais extremos dos litorais norte e sul serão monitorados pelos gestores das Unidades de Conservação do estado.
A Marinha do Brasil colocou à disposição quatro equipes, três no continente e uma no arquipélago de Fernando de Noronha, para o monitoramento e eventual recolhimento de vestígios de óleo no mar. O material encontrado será enviado para análise em um laboratório no Rio de Janeiro, que terá um prazo de 30 dias para entregar seu laudo.
Ainda de acordo com a secretaria, a população também está sendo orientada pelos órgãos ambientais para o caso de encontrarem algum animal morto nessas localidades.