Após se reunir por videoconferência com o Consórcio Nordeste e o Fórum Nacional de Governadores, nesta quarta-feira (25), o governador do Estado Paulo Câmara (PSB), utilizou suas redes sociais para reafirmar que manterá todas as medidas restritivas para combater a proliferação do novo coronavírus. O gestor, que já havia declarado que “o Brasil está sem comando” ao rebater o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), declarou que “nada é mais importante e urgente do que proteger a vida, não pode existir outra escolha”.
“Vamos precisar sim, construir caminhos para recuperação econômica, será assim no mundo, mas tudo ao seu tempo. Vida perdida, como a que tivemos hoje em nosso estado, não se recupera”, afirmou Paulo Câmara. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), confirmou a primeira morte pelo novo coronavírus no Estado. A vítima é um idoso de 85 anos, que estava internado no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), desde a última sexta-feira (20).
Apesar de o presidente da República sugerir apenas o isolamento vertical, que seria o confinamento social intercalado por grupos de risco, como o isolamento social dos idosos, Paulo Câmara assegurou que as medidas tomadas no Estado continuarão em vigência. “Minhas ações se pautam por recomendações científicas e humanísticas, assim continuaremos. Convoco mais uma vez o povo pernambucano a participar desse enorme esforço, pessoal, familiar e profissional. O risco é uma realidade e ninguém pode negar”, afirmou.
Em conferência realizada na tarde desta quarta-feira, 25 de março de 2020, nós governadores do Nordeste pactuamos:
1 – O momento vivido pelo Brasil é gravíssimo. O Coronavírus é um adversário a ser vencido com muito trabalho, bom senso e equilibro;
2 – Vamos continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência seguindo orientação de profissionais de saúde, capacitados para lidar com a realidade atual;
3 – Vamos manter as medidas preventivas gradualmente revistas de acordo com os registros informados pelos órgãos oficiais de saúde de cada região;
4 – É um momento de guerra contra uma doença altamente contagiosa e com milhares de vítimas fatais. A decisão prioritária e a de cuidar da vida das pessoas, não esquecendo da responsabilidade de administrar a economia dos estados. É um momento de união, de se esquecer diferenças políticas e partidárias. Acirramentos só farão prejudicar a gestão da crise;
5 – Entendemos que cabe ao Governo Federal ação urgente voltada aos trabalhadores informais e autônomos. Agressões e brigas não salvarão o País. O Brasil precisa de responsabilidade e serenidade para encontrar soluções equilibradas;
6 – Ao mesmo tempo, solicitamos a necessidade urgente de uma coordenação e cooperação nacional para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres;
7 - Ficamos frustrados com o posicionamento agressivo da Presidência da República, que deveria exercer o seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil.
Assinam esta carta:
Rui Costa
Governador da Bahia
Renan Filho
Governador de Alagoas
Camilo Santana
Governador do Ceará
Flávio Dino
Governador do Maranhão
João Azevedo
Governador da Paraíba
Paulo Câmara
Governador de Pernambuco
Wellington Dias
Governador do Piauí
Fátima Bezerra
Governadora do Rio Grande do Norte
Belivaldo Chagas
Governador de Sergipe