Flávio Bolsonaro teve mais de 100 boletos pagos em dinheiro vivo, diz MP do Rio de Janeiro

Segundo investigações, o ex-assessor Queiroz teria feito o pagamento de alguns boletos escolares das filhas do parlamentar
Gabriela Carvalho
Publicado em 19/06/2020 às 12:26
"A verdade prevalecerá", disse o senador sobre prisão de seu ex-assessor Fabrício Queiroz Foto: ABr


O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) rastreou pagamentos de plano de saúde e mensalidades escolares das filhas do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) que indicava que mais de cem boletos (cerca de R$ 260 mil) foram pagos em dinheiro vivo. Rastreio faz parte de investigação que analisa suposto esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde o senador já trabalhou quando era deputado estadual.

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Nesse levantamento foi possível verificar que os pagamentos não correspondem à movimentação bancária normal do político e de sua esposa, Fernanda Bolsonaro.

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Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio preso na quinta-feira (18) em Atibaia, interior de São Paulo, é apontando como o suposto operador do esquema e, segundo investigações, fez pagamentos com dinheiro vivo de ao menos dois boletos escolares das filhas do parlamentar em outubro de 2018 nos valores R$ 3.382 e R$ 3560. As informações constam em documentos judiciais que embasaram o decreto de prisão preventiva de Queiroz.

Relação de Flávio no Caso Queiroz

Policial Militar aposentado, Fabrício Queiroz é investigado por movimentar R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira considerada "atípica", segundo relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf).

Flávio virou alvo de suspeita após Relatório de Inteligência Financeira (RIF) apontar que Queiroz recebia depósitos regulares de colegas de gabinete. Essas movimentações ocorriam perto do pagamento de salários. Para os promotores, esse era suposto indício de "rachadinha". Flávio disse, à época, que todos os "mandatos na Alerj foram pautados pela legalidade e pela defesa dos interesses da população."

O MP também apontou suposta ação de organização criminosa no gabinete de Flávio na Alerj e supostos sinais de que o hoje senador lavou o dinheiro na compra e venda de imóveis. O parlamentar acusou a promotoria de tentar atingir o governo do seu pai, o presidente Jair Bolsonaro.

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