Ao lado de Maia e Alcolumbre, Bolsonaro defende teto de gastos e a responsabilidade fiscal

A entrevista foi concedida depois de uma reunião com líderes de vários partidos, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre e vários ministros
JC
Publicado em 12/08/2020 às 19:35
Ali é o bruto que (os governadores) receberam, transferências diretas e indiretas, auxílio emergencial. O valor bruto que está ali. Não queremos provocar ninguém. Os dados foram feitos pela Secom. Fábio Faria, que é ministro, divulgou aquilo lá. E é uma verdade que está ali, nada mais além disso", disse Jair Bolsonaro Foto: CAROLINA ANTUNES/PR


Atualizada às 20h41

O presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que quer que o Brasil respeite o teto dos gastos e tenha responsabilidade fiscal depois de se reunir com líderes de vários partidos, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A coletiva também contou com a presença dos ministros da Economia, Paulo Guedes, da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e lideranças do Congresso Nacional. Com a crise do coronavírus, tanto os Estados como a União gastaram muito mais do que o inicialmente previsto para 2020.

A entrevista ocorreu depois de uma debandada de executivos que deixaram cargos no Ministério da Economia, o que levou muitos a acreditarem que isso deixaria o ministro Paulo Guedes, conhecido como o Posto Ipiranga do governo, ficasse com a imagem mais desgastada diante do mercado. Um dia antes, na terça-feira (11), Guedes chegou a afirmar que "furar" o teto dos gastos aproximará o presidente de "uma zona de impeachment". 

Aprovado em 2016, o teto dos gastos é um dos instrumentos usados para controlar as despesas públicas. Atualmente, ocorrem pressões - inclusive eleitorais - para que o governo continue gastando mais este ano como, por exemplo, com programas como o da renda destinado aos trabalhadores informais durante a pandemia.

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"O Brasil está indo bem, a economia está reagindo e nós aqui resolvemos então com essa reunião direcionar mais as nossas forças para o bem comum daquilo que todos nós defendemos. Nós queremos o progresso, o desenvolvimento, o bem estar do nosso povo. Respeitamos o teto de gastos, queremos a responsabilidade fiscal e o Brasil tem como realmente sermos daqueles países que melhor reagirá a questão da crise", resumiu Bolsonaro. 

A reunião com os líderes dos partidos e alguns ministros também tratou de outras questões que podem "destravar a economia", como citou o presidente. São elas: as futuras privatizações e a reforma administrativa. E contou com o apoio do presidente do Senado e da Câmara que também defenderam o controle mais rígido dos gastos públicos.

Maia e Alcolumbre

Segundo Alcolumbre, a reunião com membros do Executivo e do Legislativo serviu para afinar qual será a agenda econômica a ser viabilizada no cenário pós-pandemia. "Precisamos formar esse convencimento na sociedade brasileira dessa agenda administrativa, da Reforma Administrativa e também do pacto federativo. São pautas que já estão no parlamento brasileiro, algumas delas na Câmara dos Deputados e outras no Senado Federal e esse nivelamento de informações e estratégias para a gente debater esses assuntos agora no pós-pandemia, nessa retomada, é fundamental", disse o presidente do Congresso. 

Alcolumbre buscou chamar atenção para a atuação do parlamento e o seu compromisso em aprovar propostas encaminhadas pelo governo Bolsonaro. Um deles foi a Reforma da Previdência, cuja aprovação mobilizou os presidentes e líderes partidários. "Reitero presidente Bolsonaro, a equipe de governo em nome de sua Excelência, que o parlamento nunca faltou ao governo e não faltará. Estaremos de portas abertas para debater as saídas para o Brasil e para os brasileiros", disse. 

Rodrigo Maia falou sobre a necessidade de aprovação da Reforma Tributária, que já tem mais de uma versão sendo discutida no Congresso, e cobrou a apresentação de uma Reforma Administrativa por parte do governo federal. "A Reforma Administrativa, que eu espero que assim que o presidente entender importante, a Câmara dos Deputados está pronta para debater, discutir e aprovar uma reforma que tem apenas um objetivo: melhorar a qualidade do gasto público e principalmente a qualidade do serviço público", disse o presidente da Casa Baixa. 

Maia também defendeu a regulamentação dos gatilhos do teto de gastos. "Acho que de fato reafirmando o teto de gastos, a regulamentação dos seus gatilhos, propostas que existem no Senado Federal e também na Câmara dos Deputados, vai nos dar as condições de melhor administrar o nosso orçamento", disse.

Um dos maiores problemas do Brasil atualmente é o descontrole dos gastos, pois o Brasil vem gastando mais do que arrecada desde 2015. Isso compromete o nível de investimento e também deixa o País numa situação de confiança baixa no mercado internacional.

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