Com informações do Blog de Jamildo
O secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, protocolou um novo habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) para tentar retirar a Polícia Federal (PF) da Operação Apneia, que investiga a compra de 500 respiradores, sem licitação, pela Prefeitura do Recife, à microempresária Juvanete Barreto Freire, por 11,5 milhões, em meio à pandemia do novo coronavírus.
No novo recurso, protocolado na quinta-feira (17), a defesa de Jailson Correia pede a nulidade de todas as “medidas investigativas autorizadas por juízo incompetente, nos autos do pedido de busca e apreensão” já realizada pela PF.
No HC, ainda, o secretário apresenta novos argumentos e documentos na tentativa de provar que a verba utilizada na compra dos respiradores não seria da União. “Não foi utilizado recurso federal para a aquisição de ventiladores pulmonares durante a pandemia da covid-19”, defende a petição, que será analisada pela 2ª Turma do TRF. Ainda não há previsão para o julgamento.
Caso o recurso seja acatado pelos magistrados, a PF e Ministério Público Federal (MPF) serão afastados das investigações. Desta forma, caberia ao Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), da Polícia Civil de Pernambuco, a condução da Operação Apneia.
Na última terça-feira (22), a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) indeferiu por unanimidade um recurso em habeas corpus da microempresária Juvanete Barreto Freire, mantendo a investigação com a PF. A decisão colegiado, formado por cinco ministros, foi tomada durante sessão remota. Essa foi a quinta negativa da Justiça para retirar a PF do caso.
A microempresária pediu que o STJ declarasse a “incompetência da Justiça Federal, determinando-se a remessa do procedimento investigatório à Justiça Estadual de Pernambuco, com a consequente decretação da nulidade dos atos decisórios já proferidos Juízo da 36ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco”.
Anteriormente, a microempresária teve negado um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), no Recife. No âmbito da operação, é investigado ainda o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, além de servidores da Prefeitura.
Correia também tinha feito pedidos para retirar a Polícia Federal da investigação: uma exceção de incompetência na primeira instância, um habeas corpus no TRF-5 e um pedido de reconsideração na primeira instância. Todos os pedidos do secretário, porém, foram negados.
Na terceira fase da Operação Apneia, o Ministério Público Federal chegou a requerer a prisão temporária de Jailson Correia, pelo prazo de um dia, mas o pedido foi negado pela Justiça Federal.
As investigações da Operação Apneia começaram em abril, quando o Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO) apresentou representação sobre supostas irregularidades na empresa contratada. O Tribunal de Contas da União (TCU) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também investigam o caso.
Procurada pelo JC, a Prefeitura do Recife limitou-se a dizer que cabe à defesa pessoal do titular da pasta municipal de Saúde comentar sobre sua petição. Já a microempresária Juvanete Barreto Freire, por meio de seu advogado, afirmou que não declarações a dar sobre o caso. O secretário Jailson Correia também foi procurado, mas não retornou o contato até a última atualização desta matéria.