Após o candidato a prefeito do Recife Coronel Feitosa (PSC) afirmar, durante sabatina na Rádio Jornal nesta sexta-feira (2), que o ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) "não resolveu o problema das creches" do Recife quando esteve no governo federal, a deputada estadual Priscila Krause (DEM) reagiu à declaração e lamentou o fato de o postulante não conhecer a dinâmica de repartição de competências entre os entes federativos no âmbito da educação. "O MEC não constrói creche", disparou a parlamentar, que ocupa o posto de vice na chapa de Mendonça.
“Ele (Feitosa) deveria assistir ao vídeo do prefeito Geraldo Julio (PSB), em Brasília, na liberação de R$ 10 milhões, feita por Mendonça, para construção de seis creches no Recife', afirmou Priscila Krause, rememorando um vídeo institucional do Ministério da Educação de 2018. "O MEC não constrói creche. O MEC viabiliza recursos e Mendonça liberou R$ 10 milhões. Apesar de o prefeito dizer no vídeo que tinha terrenos disponíveis, as creches não saíram do papel pela incompetência da gestão em conseguir áreas", completou a deputada.
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No vídeo do MEC, além de Mendonça, o próprio Geraldo Julio fala sobre a liberação dos recursos e diz que as creches seriam construídas em terrenos disponíveis na Estrada do Arraial (Casa Amarela), em Beberibe, Campo Grande, Jordão, Passarinho e Ibura de Baixo. Nas imagens é possível ver o gestor agradecendo ao então ministro e referindo-se a ele como "um apaixonado pelo Recife".
"As obras, que beneficiariam diretamente cerca de 800 crianças de zero a cinco anos de bairros distintos da capital pernambucana, nunca saíram do papel por que a prefeitura não disponibilizou os terrenos devidamente registrados e legalizados, a única contrapartida exigida pelo Ministério para a construção das creches", diz trecho do comunicado encaminhado pela equipe de Mendonça e Priscila à imprensa nesta sexta.
Ao contestar a fala de Feitosa, Priscila também expôs outras localidades que também seriam beneficiadas com creches financiadas pelo MEC na gestão de Mendonça, mas que não saíram do papel. As unidades seriam construídas na Imbiribeira, Fundão, Cabanga, Santo Amaro e Mustardinha, mas os projetos ficaram retidos "entre outras razões, por ausência de documentação exigida pela pasta para a correta liberação dos aportes, como estudos técnicos de viabilidade e prazos legais para cumprimento das obrigações", afirma o texto.
"A prioridade de Mendonça como bom gestor que é, principalmente no MEC, sempre foi estreitar as parcerias com os municípios de todo o Brasil, sem distinção ou qualquer tipo de rivalidade ou vaidade política. Ele foi um ministro que deixou um legado para a educação de todo o Brasil e de Pernambuco, não apenas com a liberação de recursos e estrutura de apoio para orientar prefeitos e secretários sobre os programas e projetos, mas também como um exemplo de como gerir de forma correta os recursos públicos", frisou a democrata, lembrando que o companheiro de chapa assegurou recursos da ordem de mais de R$ 3 bilhões para Pernambuco em sua passagem pelo MEC.