Durante a ação realizada na casa do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), na quarta-feira (14), a Polícia Federal (PF) filmou o momento em que mais de R$ 30 mil foram encontrados na cueca do parlamentar para, segundo a corporação, demonstrar como o até então vice-líder do governo no Senado havia ocultado itens mesmo durante a apreensão. No entanto, o vídeo não foi divulgado para "não gerar maiores constrangimentos", segundo relatório da PF.
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A informação consta na decisão do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o afastamento de Rodrigues do cargo de senador por 90 dias. No documento, Barroso ordenou ainda que esse vídeo seja mantido em cofre da PF "em absoluto sigilo" porque "exibe demasiadamente a intimidade do investigado e não produz acréscimo significativo à investigação". "Se comprovada a culpabilidade do investigado, estará justificada a sua punição, mas não sua desnecessária humilhação pública”, disse Barroso na decisão.
Nessa quinta-feira (15), o magistrado afirmou que pretende retirar o sigilo do processo que envolve o senador Chico Rodrigues, mas manter em sigilo o vídeo no qual a Polícia Federal registrou imagens do dinheiro encontrado dentro da cueca do parlamentar. Durante evento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do qual é presidente, Barroso voltou a afirmar que as pessoas podem ser punidas, mas não humilhadas publicamente.
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"O que eu decretei que ficasse lacrado foram os vídeos, que não contribuem para a investigação em si. Nós já temos as informações. As pessoas eventualmente podem merecer ser punidas. Mas não humilhadas publicamente. E este cuidado nós estamos tomando", disse o ministro.
Chico Rodrigues foi alvo de operação deflagrada para combater um suposto esquema criminoso de desvio de recursos públicos destinados ao combate ao coronavírus em Roraima. Em nota divulgada nesta quarta, Chico Rodrigues afirmou que não tem envolvimento com qualquer ato ilícito.
Por causa dos desdobramentos da operação Desvid-19, o democrata, que era vice-líder do Governo no Senado, deixou a função também nessa quinta-feira (15). O senador foi indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro em 13 de março de 2019. Seu afastamento já foi publicado no Diário Oficial da União. Em nota, o congressista comunicou a Bezerra sua decisão e negou envolvimento com atos ilícitos e chamou Bolsonaro de “grande líder”.