Na sua participação em duas sabatinas nesta quarta-feira (21) a candidata a prefeita do Recife Marília Arraes (PT) seguiu com a sua postura de crítica à gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB) e ao seu adversário na disputa pela Prefeitura do Recife João Campos (PSB), e também com a defesa do legado do PT no Recife, mas sem citar o nomes dos ex-prefeitos petistas.
Na sabatina da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) transmitida online na noite desta quarta (21), Marília foi questionada sobre como avaliava a condução do combate à pandemia do novo coronavírus (covid-19) pela Prefeitura do Recife. "Na verdade, a covid-19 evidenciou uma irresponsabilidade que existe na gestão como um todo. Quando você olha os gastos que a cidade tem, o tamanho da máquina pública, a forma e a lógica com que é gerida a cidade do Recife hoje, vê que não dá mais para esse grupo continuar", disse.
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Ela também fez questão de ressaltar a relação entre o atual prefeito e João Campos, dois correligionários. "Eu queria saber em um debate, em um confronto direto o que é que ele vai dizer, porque não existe uma coisa dessa, um prefeito que é mal avaliado, rejeitado, foi alvo de sete operações da Polícia Federal e agora está posando como se não fosse advogado, como se não representasse essa gestão", afirmou Marília, ainda na sabatina da Unicap.
O custo da máquina pública também foi abordado pela candidata durante a sabatina do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon-PE). Para Marília, os recursos eventualmente economizados com o corte de ao menos 20% dos cargos comissionados e de gastos com, por exemplo, aluguel de carros, poderiam ser investidos na construção civil. "Nós temos essa intenção de enxugar a máquina pública de diversas formas, rever os contratos e investir principalmente em obras de habitação, obras de contenção de encostas nos morros, que foi deixado de lado nos últimos anos", disse.
A defesa das gestões do PT também esteve presente no discurso da candidata, outra pauta que vem adotando de forma mais incisiva. Sobre a questão da moradia, ela disse considerar que a política de habitação foi relegada na atual gestão. "As gestões do PT aqui findaram gargalos históricos que tínhamos como a questão das palafitas que na verdade foi uma política que foi abandonada. Tivemos uma política efetiva de erradicação dos pontos de risco nos morros e a gente viu essa política abandonada nos últimos oito anos. Menos de 400 obras foram efetuadas de contenção de encostas (pela atual gestão) quando a gente tem hoje 200 mil pessoas morando em pontos de risco na cidade", afirmou Marília na sabatina da Unicap.
No Sinduscon, chamou atenção o fato da candidata ter citado apenas o período de 2001 a 2008 - gestão do ex-prefeito João Paulo (PCdoB), na época filiado ao PT - e não o governo do seu sucessor, João da Costa (PT). "A gente passou de um período em que se priorizou esse tipo de obras (de contenção), que pela primeira vez parou de morrer gente no inverno por deslizamento de barreira e agora o que a gente vê é um descaso. Enquanto que nos anos de 2001 a 2008 foram feitas mais de 6 mil obras de contenção de encostas, de 2013 (primeiro ano do govenro de Geraldo Julio) até hoje foram feitas pouco mais de 400, ou seja isso não é bom para a cidade, para a resposta que a gente precisa dar para o povo do Recife", disse.