JC
Publicado em 26/10/2020 às 18:08
A carta compromisso Política pelo Clima, elaborada pelo Instituto InterCidadania (IC) e com apoio do Instituto Clima e Sociedade (IC), foi assinada pelo candidato a prefeito do Recife João Campos (PSB), nesta segunda-feira (26). O documento parte de uma iniciativa suprapartidária e tem como objetivo apontar a construção colaborativa de soluções para reduzir as desigualdades, criar uma economia sustentável e aumentar a resiliência ambiental do Recife, através de metas e indicadores públicos a serem formulados com instituições representativas e especializadas.
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João Campos se reuniu virtualmente com o ex-secretário estadual de Meio Ambiente, Sergio Xavier, coordenador da plataforma Política pelo Clima. Até o momento, entre os prefeituráveis da capital pernambucana, apenas o socialista assinou o documento.
Durante o encontro, João destacou a importância dos temas abordados na carta e defendeu maior integração entre as políticas para redução de desigualdades, preservação ambiental e desenvolvimento econômico. “Há, sim, caminhos para compatibilizar a proteção social, a proteção do meio ambiente e desenvolvimento econômico. Esses três caminhos devem andar conjuntamente. É importante ter crescimento, mas com inclusão e preservação, para que possamos reduzir as desigualdades”, afirmou.
A carta apresenta prioridades para temas como ecoplanejamento urbano, habitação, mobilidade, educação, incentivo a negócios verdes, energia, resíduos e arborização. A ideia proposta pela plataforma é integrar políticas e soluções construídas de forma colaborativa, transformando os programas de governo em processos participativos, monitorados em rede pela sociedade, a partir de metas e indicadores pactuados, com canais para agregar ideias e aprimoramentos contínuos.
Para o candidato a prefeito pelo PSB, esses desafios precisam ser resolvidos de forma integradas entre a gestão pública e a sociedade. “A gente precisa do compromisso de defender nosso meio ambiente, assinar todo pacto e acordo que for para defender padrões climáticos adequados. Quero dizer do que concordo com o conteúdo da carta, mais que concordar, eu aqui firmo compromisso de seguir por esse caminho, que acredito que é melhor caminho para cidade, para nosso meio ambiente e para reduzir desigualdade social”, declarou João Campos.
• Habitação - solucionar palafitas e moradias em locais de alto risco;
• Mobilidade - valorizar pedestres, cliclistas, cadeirantes; reduzir combustíveis fósseis e criar
soluções de transportes públicos carbono neutro, compartilhados e conectados;
• Educação – intensificar conhecimento climático na rede pública e a formação profissional
para cadeias produtivas sustentáveis;
• Incentivos a Negócios Verdes - impulsionar empreendimentos e empregos na economia
circular, bioeconomia e ecoeficiência digital;
• Energia - ampliar geração e uso de energia renovável;
• Resíduos - reduzir geração de lixo, aumentar processos de reciclagem e fomentar
oportunidades de emprego e renda;
• Arborização - regenerar ecossistemas e ampliar áreas verdes;
• EcoPlanejamento Urbano – mapear e monitorar áreas críticas, ampliar a resiliência
ambiental, melhorar qualidade de vida e reduzir riscos para a população
O Recife é a 16ª cidade do mundo com maior vulnerabilidade aos impactos das mudanças climáticas, segundo o Painel de Mudanças Climáticas Brasileiro (PBMC, 2014). Diante desse cenário foi criada a plataforma chamada Política Pelo Clima, com intuito de despolarizar o ambiente político e, dessa forma, buscar soluções para o fortalecimento das políticas socioambientais urbanas.
“É preocupante que Recife seja a 16ª cidade do mundo mais vulnerável às mudanças do clima. Temos urgência em trazer soluções práticas e rápidas pra cidade”, comentou Patricia Ferraz, diretora executiva do InterCidadania.
As principais iniciativas do projeto contemplam uma Carta de Compromissos com o meio ambiente, a ser assinada por candidatos(as) a prefeito(a) e a vereador(a), com recomendações associadas a indicadores, que serão medidos e monitorados de forma transparente por diversas instituições. A captação das assinaturas foi iniciada desde o dia 22 de outubro.
“O cuidado com o as mudanças climáticas precisa estar entranhado em qualquer candidato. Isso tem que perpassar por todos os partidos. Pois politica climática tem que ser politica de governo”, enfatizou Guilherme Sirkys, diretor executivo do CBC - Centro Brasil no Clima.