A sexta rodada da pesquisa Ibope/JC/Rede Globo, divulgada nesta quarta-feira (18), mostra que o modo do prefeito Geraldo Julio (PSB) conduzir o Recife continua desagradando mais da metade dos moradores da cidade. O descontentamento oscilou de 58% no levantamento anterior, do dia 14 de novembro, para 56%. O índice dos que aprovam a administração municipal variou de 37% para 39%. Outros 6% não souberam ou não quiseram responder.
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A desaprovação à gestão do socialista, que está no fim do segundo mandato, é maior entre os homens (60%) do que entre as mulheres (52%). Os homens que aprovam são 37%, enquanto as mulheres somam 40%. As parcelas dos que não souberam avaliar ou não quiseram responder são 3% e 8%, respectivamente.
IDADE
No recorte por idade, o administração de Geraldo Julio tem maior aprovação entre os recifenses com 55 anos ou mais (47%). O maior descontentamento está entre os que estão na faixa de 25 a 34 anos (61%).
ESCOLARIDADE
Considerando a escolaridade, o levantamento registrou que o maior percentual de desaprovação está entre os entrevistados com ensino superior (61%), seguido dos que possuem ensino médio (56%). Os recifenses com ensino fundamental são os que mais aprovam a gestão (46%).
RAÇA/COR
No recorte de raça/cor, o maior descontentamento é entre os brancos (58%). A aprovação é maior entre os entrevistados que não se consideram brancos, pretos ou pardos (51%).
RELIGIÃO
Na divisão por religião, os evangélicos são os que mais desaprovam a maneira que Geraldo administra a capital pernambucana. São 58% de desaprovação contra 36% de aprovação. Entre os católicos, 55% desaprovam e 40% aprovam.
A pesquisa ainda ouviu recifenses que se disseram de outras religiões. No grupo, 54% desaprovam e 40% aprovam a gestão municipal.
RENDA FAMILIAR
Levando em conta a renda familiar, o descontentamento é maior entre os recifenses que ganham mais de cinco salários mínimos (60%) e os que ganham mais de um e até dois salários mínimos (60%).
A maior aprovação está entre os que ganham até um salário mínimo (40%) e os que ganham mais de dois e até cinco salários mínimos (40%).
CLASSIFICAÇÃO
O índice dos recifenses que consideram a gestão regular é de 40%. Os que classificam como ruim/péssima são 35%. Outros 23% avaliam como ótima/boa e 2% dos entrevistados não souberam ou não responderam.
A gestão do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), voltou a ser avaliada nesta sexta rodada da pesquisa Ibope/JC/Rede Globo, divulgada nesta quarta-feira (18). O percentual dos entrevistados que consideram a administração estadual ruim/péssima passou de 44%, no levantamento do dia 14 de novembro, para 40%. A parcela que enxerga o governo como ótimo/bom oscilou de 19% para 18%. Os que consideram regular eram 34% e agora são 39%. Outros 2% não souberam ou não responderam.
Para o cientista político Alex Ribeiro, os percentuais que a pesquisa traz são reflexos da crise econômica e de uma fadiga quanto ao governo do PSB na capital, com mais força, e no Estado.
"Na capital, isso ocorre devido a alguns elementos como a crise econômica que afeta todo o País, os casos de suspeita de corrupção investigados na atual administração municipal e também o tempo do partido no poder, que naturalmente leva a um desgaste para parte da população. A negação ao governo Paulo Câmara é um pouco menor devido a força do PSB no Estado. O eduardismo tem representatividade ainda significativa em várias partes de Pernambuco. No entanto, a administração de Câmara também possui desgaste devido a elementos parecidos com a rejeição ao PSB no Recife, como a própria fadiga à administração atual e a crise econômica", afirma.
Na avaliação da cientista política e professora da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho) Priscila Lapa e do cientista política e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Arthur Leandro, a tendência é que o candidato socialista à Prefeitura do Recife, João Campos, siga evitando explorar a imagem dos dois correligionários em sua campanha para evitar desgaste.
"Geraldo Julio e Paulo Câmara continuam sumidos, fora da campanha, porque o que atraiu os aliados para o PT foi derrotar o PSB, e essa duas figuras representam muito claramente o PSB. Quanto mais isso fica exposto, mais polariza e traz desgaste para João. Quem vai tentar trazer e colar imagem é Marília contra João, para tirar popularidade", aponta Priscila.
"Paulo e Geraldo seguem com performance de moderado a ruim e não é bom explorar as imagens dos dois. O candidato do PSB, João Campos, deve mostrar a imagem de Eduardo Campos, ex-governador e seu pai, mas evitar as imagens do governador e do prefeito", analisa Arthur.