'Hora nenhuma eu escondi Geraldo Julio', diz João Campos sobre ausência do prefeito na campanha no Recife

Prefeito eleito participou, nesta terça-feira (1º), ao lado de Geraldo Julio, do Debate da Super Manhã, na Rádio Jornal, onde os socialistas contaram os detalhes da sucessão e das expectativas para a gestão de Campos
JC
Publicado em 01/12/2020 às 12:02
O prefeito eleito, João Campos, e o prefeito Gerado Julio debatem sobre o Recife com Geraldo Freire Foto: FOTO: YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM


Criticado pelos adversários durante a campanha eleitoral por tentar se descolar do prefeito Geraldo Julio (PSB), que deixa o cargo com elevados índices de desaprovação, o prefeito eleito do Recife, João Campos (PSB) negou que tenha escondido o correligionário na disputa pela prefeitura da capital pernambucana. A declaração foi feita nesta terça-feira (1º) no Debate da Super Manhã, na Rádio Jornal, onde os socialistas contaram os detalhes da sucessão e das expectativas para a gestão de Campos. 

"Hora nenhuma eu escondi Geraldo Julio. Quem acompanhou nossa campanha viu que, todos os dias, eu falava dos inúmeros avanços que o Recife teve na gestão de Geraldo, como a faixa azul, os Compaz, as Upinhas. Mas eu sempre falei também que a razão de disputar uma eleição era falar do futuro. O Recife, como qualquer capital brasileira, sempre vai ter conquistas e coisas a conquistar", afirmou João Campos.

O atual gestor da capital também negou que tenha sido escondido pelo aliado e justificou sua ausência no fato de não ter sido candidato nestas eleições. "Fui candidato à reeleição em 2016, quando eu recebi a maior votação da história da cidade, 528 mil votos. Naquele ano, eu concorri, mas agora, em 2020, o candidato era João. Então, ele que tinha que fazer a campanha", argumentou Geraldo Julio.

Defesa da gestão

Geraldo ainda aproveitou o debate para sair em defesa de sua administração e afirmou que estar feliz porque, segundo ele, os resultados mostram que as "pessoas que mais precisam" reconheceram seu trabalho à frente da prefeitura nos últimos sete anos e onze meses. "Estamos muito felizes com o que conseguimos realizar na cidade e, até o dia 31 de dezembro, ainda teremos muita coisa para entregar. Fizemos quatro Compaz; a transformação da Avenida Conde da Boa Vista; o primeiro grande hospital construído pelo Recife; depois veio o segundo; mais de 100 obras definitivas nos morros", disse o prefeito, que deixa a gestão da capital no fim do mês.

"Foi dos morros que veio a maior votação para João, com cerca de 60% dos votos. Ficamos muito felizes com isso, pois o resultado mostra que aquelas pessoas que mais precisam das políticas públicas e da atuação da prefeitura deram a João a maior vitória, em relação aos outros bairros", completou.

População em situação de rua

Questionado sobre a população em situação de rua presente na Rua do Imperador, no bairro de São José, no Centro do Recife, o prefeito Geraldo Julio afirmou que o tamanho dessa população vem crescendo ao longo dos últimos anos em todo o Brasil, em virtude do aumento da desigualdade no país e das "políticas públicas de empobrecimento".

"A gente tem combatido isso, mostrando que o governo federal tem feito uma política que aumenta a desigualdade e empobrece as pessoas. A questão da Rua do Imperador se explica pelo fato de que a nossa gestão não gosta de tratorar as pessoas. Poderíamos chegar ali, encostar os caminhões e arrancar todo mundo no braço. Mas não fazemos isso, porque respeitamos as pessoas", enfatizou o socialista, citando ações de seu governo voltadas a essa população, a fim de mitigar o problema, como o abrigo noturno e restaurantes populares.

Instado, mais uma vez, a responder sobre o que poderia ter ser feito para atender a necessidade das pessoas em situação de rua, que chegaram a montar tendas na Rua do Imperador, o prefeito culpou candidatos a vereador pela oposição de contribuírem para esta realidade. "Eu não iria tocar nesse assunto, mas agora vou falar. Vamos falar francamente. Teve candidato a vereador da oposição que levou até tenda para lá, que levou aquelas lonas para lá e quis montar uma situação maior do que a que existia. Foi isso que aconteceu", apontou Geraldo, sem citar nomes. 

Assista à íntegra do debate:

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