Liana Cirne é a nova líder do PT na Câmara do Recife; sigla fará oposição a João Campos

O Partido dos Trabalhadores (PT) passou por um realinhamento na Câmara do Recife e fará oposição ao prefeito João Campos (PSB) nessa nova legislatura (2021-2024). A orientação foi aprovada pelos vereadores petistas em reunião realizada nesta quarta-feira (20), ocasião em que Liana Cirne (PT) foi escolhida a líder da bancada na Casa. 

O PT tem a terceira maior bancada da Câmara do Recife, junto com o PSC. Eles ficam atrás apenas do PSB, que tem oito vereadores e do PP, com quatro parlamentares. Além de Liana, foram eleitos os petistas Jairo Britto (PT) e Osmar Ricardo (PT). 

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A ida para a oposição é um resultado do que ocorreu na eleição do Recife em 2020. O segundo turno acirrado entre João Campos e a deputada federal Marília Arraes (PT) - em que o socialista apostou forte no antipetismo - acabou inviabilizando a manutenção a aliança entre PT e PSB, não só no âmbito municipal como estadual. O PT anunciou na semana passada que iria entregar todos os cargos no governo Paulo Câmara (PSB), inclusive o do secretário de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, Dilson Baptista. 

"A oposição é o caminho natural para o PT no Recife, não só pela campanha violenta, misógina e antipetista adotada pelo PSB nas eleições municipais, mas principalmente pela postura que vem sendo adotada pelo Executivo municipal", afirmou. 

Críticas

Liana ressalta projetos aprovados na reta final do governo de Geraldo Julio (PSB), que segundo ela, foram patrocinados por João. A Câmara aprovou em dezembro de 2020 a reforma administrativa na Prefeitura do Recife - que passou a vigorar no governo de João - e a reestruturação das áreas de 12 Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis). Esse segundo projeto retirou a antiga proibição de se juntarem terrenos que totalizem mais de 250m² nas áreas de Zeis. 

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"O Recife foi a primeira cidade do País e instituir as Zeis, que terminou se transformando em referência para todo o País, e agora, com a medida aprovada no final da legislatura passada, a cidade pode ser a primeira a acabar com elas e abrir espaço para a especulação imobiliária nessas áreas”, exemplificou.