No Recife nesta terça-feira (26) para pedir voto aos deputados federais pernambucanos, o candidato à Presidência da Câmara dos Deputados Baleia Rossi (MDB-SP) disse contabilizar entre 36 a 40 votos de parlamentares de partidos que apoiam oficialmente o seu principal adversário na disputa, Arthur Lira (PP-AL). Baleia participa de um almoço no Palácio do Campo das Princesas com o governador Paulo Câmara (PSB) e deputados pernambucanos.
"Nós contabilizamos de 36 a 40 votos de parlamentares que estão no bloco do nosso adversário, mas entendem que a nossa candidatura representa a defesa da democracia e aquilo que eles querem para a Câmara", afirmou o emedebista, que veio a Recife acompanhado do líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon, e os deputados federais Enrico Misasi (PV-SP) e Jandira Fegahli (PCdoB-RJ).
Baleia reúne apoio de 11 partidos, incluindo os da oposição, que somam 236 parlamentares: PT, MDB, PSDB, PSB, DEM, PDT, Solidariedade, PCdoB, Cidadania, PV e Rede. Já Lira, líder do Centrão, tem nas suas hostes também 11 legendas. São elas PSL, PL, PP, PSD, Republicanos, Pros, PTB, PSC, Podemos, Avante e Patriota, mas que somam um número maior, de 259 deputados.
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O emedebista não fez uma estimativa em números das dissidências no sentido contrário, ou seja, de deputados de partidos que compõem o seu bloco e devem votar em Arthur Lira. É o caso do PSB, que aprovou um indicativo de apoio à Baleia Rossi, apresentado pelo líder Alessandro Molon (PSB-), que é questionado por socialistas que já declararam apoio à Lira e tem trabalhado pela sua candidatura, a exemplo de Felipe Carreras (PSB).
Há divergências internas em muitos partidos, o que faz com que os candidatos apostem em votos dissidentes para ganhar a eleição. Outro caso é do PSL, que após reviravolta capitaneada por deputados bolsonaristas, saiu do bloco de Baleia, que tenta reverter a decisão. "Eu não fico preocupado com essas informações porque acho que cada parlamentar tem que escolher de maneira livre, de acordo com a sua consciência o que é melhor para a Câmara Federal e para o Brasil", disse.
Essa é a segunda vez que Baleia vem ao Recife para pavimentar a sua candidatura, assim com Lira, que veio à capital pernambucana no último dia 13 de janeiro. O emedebista vem defendendo seu nome como garantidor da independência da Casa, em oposição ao seu adversário, apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Nós estamos conversando com todos os parlamentares com muita humildade, mostrando a todos que uma Câmara submissa ao Palácio do Planalto diminui o Parlamento, diminui a oportunidade de debate e faz com que o parlamentar não possa exercer o seu mandato na plenitude, representando a população de forma independente. Claro que nós entendemos o movimento político de parlamentares que já têm compromisso com outra candidatura e a democracia é assim.
A bancada pernambucana está dividida quando se trata da eleição do novo presidente da Câmara, que irá substituir Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas foram convidados para o encontro no Palácio nesta terça-feira também deputados que já declararam voto em Lira. Estiveram presentes Tadeu Alencar (PSB), Milton Coelho (PSB), Raul Henry (MDB), Wolney Queiroz (PDT), Renildo Calheiros (PCdoB), Luciano Bivar (PSL) e Carlos Veras (PT).
"Viemos para estreitar as nossas relações e dialogar, pedir votos, porque afinal nós estamos a menos de uma semana da eleição e é uma eleição muito importante, não é uma eleição que vai definir apenas quem vai ser o presidente da Câmara nos próximos dois anos, mas sim o que representa essa candidatura. A nossa candidatura representa uma Câmara independente, uma Câmara autônoma, uma Câmara que tenha sintonia com a sociedade e possa ajudar o Brasil a superar essa crise sanitária que nós estamos vivendo, essa crise econômica e possa gerar emprego e renda", explicou Baleia.