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Bolsonaro sugere recriar ministérios extintos após eleição no Congresso

Fala do presidente indica a aproximação entre governo de Bolsonaro e o Centrão

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Estadão Conteúdo

Publicado em 29/01/2021 às 17:35
"Risco de uma fratura institucional é tudo que Bolsonaro deseja" - ISAC NÓBREGA/PR

Em evento com atletas no Palácio do Planalto, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu nesta sexta-feira recriar alguns ministérios extintos durante sua gestão, entre eles o do Esporte. Ele sinalizou que o ministério poderá ser recriado após as eleições para a presidência da Câmara e do Senado, marcadas para 1.º de fevereiro, em mais um movimento que mostra a aproximação entre governo e o Centrão, grupo de partidos que costuma pedir cargos em troca do apoio político.

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A pasta foi criada em 1995, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e chefiada pelo ex-jogador Pelé. Ela foi mantida durante os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ao assumir em janeiro de 2019, Bolsonaro rebaixou o status da pasta e a incorporou ao Ministério da Cidadania, sob o comando do secretário especial do Esporte, Marcelo Magalhães.

"Se tiver o clima no parlamento, ao que tudo indica as duas pessoas que nós temos simpatia devem se eleger, não vamos ter mais uma pauta travada. A gente pode levar muita coisa avante e quem sabe até ressurgir ministérios", disse o presidente, em referência aos candidatos Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que disputam o comando da Câmara e do Senado, respectivamente.

A redução de ministérios era uma agenda de campanha do próprio Bolsonaro. Por meio de medida provisória, ele reduziu o número de pastas de 29 para 22. "Alguns podem falar 'ah, quer recriar ministério?'. O tamanho do Brasil, pessoal, só a Amazônia é maior que toda a Europa ocidental todinha", comentou.

O presidente sinalizou que se arrependeu da decisão. Em discurso, ele disse que, se formasse sua equipe de ministros hoje, teria dado status de ministro também aos secretários especiais Mario Frias, de Cultura, e Jorge Seif, da Pesca.

A reorganização do governo depende da aprovação do Congresso. Sem sucesso, o governo tentou enviar a Fundação Nacional do Índio (Funai) do Ministério da Justiça para o Ministério dos da Mulher, Família e Direitos Humanos e repassar a demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura. Conseguiu, no entanto, retirar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Economia e transferi-lo ao Banco Central.

O anúncio foi feito em cerimônia para receber os novos atletas embaixadores dos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs). A competição ocorrerá entre 29 de outubro e 5 de novembro. A última edição ocorreu em 2004. Ao microfone, atletas comemoraram a nova edição dos Jogos e também pediram o retorno do Ministério do Esporte.

A cerimônia foi fechada à imprensa, mas transmitida ao vivo nas redes sociais pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filhos do presidente.

O evento reuniu parlamentares aliados ao governo e representantes do setor esportivo no País. Entre os embaixadores escolhidos para os Jogos Escolares e que estiveram na cerimônia estavam o lutador José Aldo, que já se encontrou com o presidente no ano passado; a bicampeã mundial no judô e duas vezes medalhista olímpica, Mayra Aguiar; a dupla medalhista olímpica no vôlei, Serginho e Giba; e Maurren Maggi, campeã olímpica no atletismo.

A lista de atletas embaixadores inclui ainda o jogador de basquete Nenê Hilário; Daniel Dias, da natação paralímpica; Arthur Zanetti, campeão olímpico na ginástica artística; e Flávia Saraiva, da seleção brasileira de ginástica artística.

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