O Poder Judiciário é uma das esferas em que a equidade de gênero ainda parece distante de ocorrer. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2018, as mulheres representavam apenas 38% da magistratura. Quando olhamos para dentro das esferas do poder judiciário, o cenário não é diferente. Na Justiça Estadual, as mulheres representam 36% e na Justiça Federal, elas correspondem a 32%. Diante deste cenário, a Ordem dos Advogados do Brasil criou uma regra de paridade de gênero para as chapas que vão concorrer às eleições da instituição, já em vigor a partir deste ano.
“A regra de paridade foi aprovada em 2020 e já é obrigatória nas eleições que ocorrerão em novembro deste ano. Ela também trouxe a cota mínima racial, que antes não tinha”, explica a vice-presidente da OAB de Pernambuco, Ingrid Zanella. “Nós temos advogadas capacitadas e militantes do sistema de ordem, nada mais justo que estarmos representadas nessa estrutura”, pontua a advogada.
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Antes mesmo da aprovação da paridade de gênero, a diretoria da OAB-PE possuia em seu quadro 43% dos cargos ocupados por mulheres. No entanto, a Ordem nunca foi presidida por uma mulher, com exceção da advogada Grace Anny Benayon Zamperlini, presidente da seccional do Amazonas. “A cultura do preconceito e do machismo permanece, mas estou feliz em participar desse momento histórico pela igualdade de gênero, e o nosso presidente Bruno Baptista sempre defendeu isso”, comenta Ingrid.
“A representatividade é algo muito mais amplo. É importante ter mulheres representativas que acreditam na política da ordem, fazendo com as pessoas enxerguem que podem ocupar esses espaços. Por isso é importante ler um livro escrito por mulheres, existem várias mulheres acadêmicas, na política. Todos nós queremos viver uma sociedade mais justa, representativa e igualitária”, declara a vice-presidente da OAB.