Nesta terça-feira (23), dia em que o Brasil registrou recorde no número de mortes por covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi alvo de panelaços no Recife e em outras cidades do Brasil. A manifestação aconteceu durante o pronunciamento do chefe do Executivo em rede nacional de rádio e TV.
No Recife, o barulho das panelas e gritos de "genocida" e "assassino" foram ouvidos em bairros como Boa Viagem, Graças, Espinheiro, Boa Vista, Rosarinho, Campo Grande e Aflitos. Também houve protesto em locais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia e Belo Horizonte.
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A manifestação começou a ser convocada na tarde desta terça-feira e teve o endosso de políticos e personalidades que se posicionam contra o presidente.
O pronunciamento foi gravado nesta terça-feira, horas depois da posse do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que substituiu Eduardo Pazuello. O intuito foi melhorar a imagem do presidente, que sofre com o desgaste provocado pela condução da crise do novo coronavírus. Na última quarta-feira (17), pesquisa Datafolha revelou que o presidente bateu recorde de rejeição, com 54% dos entrevistados considerando sua gestão na pandemia como ruim ou péssima. A pesquisa ainda identificou queda na aprovação a Bolsonaro, com 22% considerando a gestão ótima ou boa - frente a 26% da pesquisa de janeiro.
Nesta quarta-feira (24), Bolsonaro vai se reunir no Palácio da Alvorada com governadores e a cúpula do Legislativo e do Judiciário, além do procurador-geral da República, Augusto Aras. A ideia é anunciar medidas para contenção da pandemia, que já dura um ano e chegou ao pior momento no País.
Leia a íntegra do pronunciamento de Bolsonaro
Boa noite. Estamos no momento de uma nova variante do coronavírus, que infelizmente tem tirado a vidas de muitos brasileiros. Desde o começo eu disse que tínhamos dois grandes desafios: o vírus e o desemprego. E em nenhum momento o governo deixou de tomar medidas importantes tanto para combater o coronavírus como para combater o caos na economia, que poderia gerar desemprego e fome.
Quero destacar que hoje somos o quinto país que mais vacinou no mundo. Temos mais de 14 milhões de vacinados e mais de 32 milhões de doses de vacina distribuídas para todos os estados da federação. Graças às ações que tomamos logo no início da pandemia, em julho de 2020, assinamos um acordo com a Universidade de Oxford para a produção na Fiocruz de 100 milhões de doses da vacina AstraZeneca. E liberamos, em agosto, 1 bilhão e 900 milhões de reais.
Em setembro de 2020, assinamos outro acordo, com o consórcio Covax Facility, para a produção de 42 milhões de doses. O primeiro lote chegou no domingo passado. E já foi distribuído para os estados. Em dezembro, liberamos mais 20 bilhões de reais, o que possibilitou a aquisição da Coronavac, através do acordo com o Instituto Butantan. Sempre afirmei que adotaríamos qualquer vacina, desde que aprovada pela Anvisa, e assim foi feito. Hoje, somos produtores de vacina em território nacional. Mais do que isso, fabricaremos o próprio insumo farmacêutico ativo, que é a matéria prima necessária.
Em poucos meses, seremos autossuficientes na produção de vacinas Não sabemos por quanto tempo teremos que enfrentar essa doença, mas a produção nacional vai garantir que possamos vacinar os brasileiros todos os anos, independentemente das variantes que possam surgir. Neste mês, intercedi pessoalmente junto à fabricante pfizer para a antecipação de 100 milhões de doses, que serão entregues até setembro de 2021. E também com a Janssen, garantindo 38 milhões de doses para este ano. Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas. Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população.
Muito em breve, retomaremos nossa vida normal. solidarizo-me com todos aqueles que tiveram perdas em suas famílias. que Deus conforte seus corações. estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros. somos incansáveis na luta contra o coronavírus. Essa é a missão e vamos cumpri-la. Deus abençoe o nosso Brasil.