Em vídeo publicado no seu perfil no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse aguardar "uma sinalização do povo" para "tomar providências" sobre as consequências econômicas causadas pela pandemia de covid-19, como o crescimento dos índices de pobreza entre os brasileiros. O chefe do Executivo não especificou, porém, que providências seriam estas.
"O Brasil está no limite. O pessoal fala que eu devo tomar uma providência. Estou aguardando o povo dar uma sinalização. Porque a fome, a miséria e o desemprego estão aí, só não vê quem não quer. Ou quem não está na rua. Eu sempre estive na rua", declarou o presidente durante encontro com apoiadores. A declaração foi gravada em vídeo e publicada nas redes sociais do militar da reserva.
Durante esse pronunciamento, Bolsonaro ainda diz que "estamos na iminência de ter um problema sério no Brasil" e atribuiu a governadores e prefeitos as causas desta crise. "Amigos do Supremo Tribunal Federal, daqui a pouco vamos ter uma crise enorme aqui. Eu vi que um ministro despachou lá um processo para me julgar por genocídio. Olha, quem fechou tudo e está com a política na mão não sou eu. Agora, eu não quero aqui brigar com ninguém, mas estamos na iminência de ter um problema sério no Brasil", cravou o gestor.
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Na sua fala, Bolsonaro refere-se ao pedido de pauta ao presidente do STF, Luiz Fux, de uma notícia-crime que o acusa de genocídio contra a população indígena. A ação foi proposta depois que o presidente vetou um projeto de lei que possibilitava acesso a água potável em áreas onde essas populações vivem.
Com uma notícia do jornal Correio Braziliense em mãos, Bolsonaro relacionou o fato de que 125 milhões de brasileiros não sabem se vão se alimentar bem - segundo levantamento realizado pelo movimento Food for Justice - às medidas de restrição impostas por governos de todo o País durante a pandemia. "O que eu falei em março do ano passado? Aquela política do 'fique em casa e a economia a gente vê depois', estamos vendo agora. Eu quero saber se a imprensa vai culpar os verdadeiros responsáveis ou vai continuar apoiando a política do lockdown", detalhou.