O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu, em entrevista para o jornal francês 'Paris Match', que disputará a corrida ao Palácio do Planalto em 2022.
Ao periódico, o petista declarou: "Serei candidato contra o Bolsonaro". Nos últimos dias, Lula vinha se movimentando, participando de encontros em Brasília com lideranças políticas e falando em alianças para 2022, mas não batia o martelo sobre a postulação.
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"Se estou na melhor posição para ganhar as eleições presidenciais e gozo de boa saúde, sim, não hesitarei. Acho que fui um bom presidente. Criei laços fortes com a Europa, América do Sul, África, Estados Unidos, China e Rússia", afirmou o ex-presidente.
Lula voltou a criticar Sergio Moro e relembrou sua declaração ao ex-juiz durante o primeiro depoimento, quando disse que Moro estava "condenado a me condenar porque a mentira foi longe demais e você não tem como voltar atrás".
Lula recuperou os direitos políticos por decisão do Supremo Tribunal Federal. "Penso que fui um bom presidente. Criei laços fortes com a Europa, América do Sul, África, Estados Unidos, China, Rússia. Sob meu mandato, o Brasil tornou-se um importante ator no cenário mundial, notadamente criando pontes entre a América do Sul, África e os países árabes, com o objetivo de estabelecer e fortalecer uma relação entre países do Hemisfério Sul e demonstrar que o predomínio geopolítico do Norte não era imutável."
Na terça-feira, Lula usou o Twitter para fazer afagos ao Centrão e até fazer comentários elogiosos sobre adversários políticos, como Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Ciro Gomes (PDT). Também falou de bandeiras que defende para o Brasil, mas ainda sem citar uma eventual candidatura.
"Semana passada em Brasília falei com mais de 60 políticos, de vários partidos. Semana que vem vou conversar com os movimentos sociais, intelectuais e com o movimento sindical. Quero conversar muito. Quem faz política conversa. Dono da verdade, carrancudo, não serve para política", escreveu o ex-presidente.
Em abril, o STF decidiu derrubar as condenações impostas pela Operação Lava Jato ao ex-presidente. O plenário manteve a decisão do relator da Lava Jato, Edson Fachin, que considerou no mês passado que a Justiça Federal de Curitiba não era competente para investigar Lula, já que as acusações levantadas contra o ex-presidente não diziam respeito diretamente ao esquema bilionário de corrupção na Petrobras investigado pela operação.