Pronunciamento
Comando da CPI diz em nota que fala de Bolsonaro vem com atraso fatal e doloroso
Comunicado é assinado pelo presidente do colegiado, senador Omaz Aziz (PSD-AM), pelo vice-presidente, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
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Estadão Conteúdo
Publicado em 02/06/2021 às 22:47
| Atualizado em 02/06/2021 às 22:48
O comando da
CPI da Covid-19 no
Senado afirmou na noite deste quarta-feira (2), em nota pública, que o
pronunciamento do presidente
Jair Bolsonaro (sem partido) em cadeia nacional de rádio e televisão é "consequência do trabalho da comissão e da pressão da sociedade brasileira que ocupou a rua contra o obscurantismo". A nota diz, no entanto, que a fala de Bolsonaro vem com "um atraso fatal e doloroso".
O comunicado é assinado pelo presidente do colegiado, senador Omaz Aziz (PSD-AM), pelo vice-presidente, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Em apoio à nota, também assinam os seguintes membros da CPI: Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Braga (MDB-AM), titulares, e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Rogério Carvalho (PT-SE), suplentes.
De acordo com o texto, o Brasil esperava de Bolsonaro o tom em favor das vacinas em 24 de março de 2020, "quando inaugurou-se o negacionismo minimizando a doença, qualificando-a de 'gripezinha'". "Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefensável. A fala deveria ser materializada na aceitação das vacinas do Butantan e da Pfizer no meio do ano passado, quando o governo deixou de comprar 130 milhões de doses, suficientes para metade da população brasileira", diz a nota.
Para o comando e os integrantes do colegiado, o pronunciamento do presidente da República, embora sinalize um recuo no negacionismo, vem tarde demais. "Optou-se por desqualificar vacinas, sabotar a ciência, estimular aglomerações, conspirar contra o isolamento e prescrever medicamentos ineficazes para a covid-19", afirmam. Os senadores encerram o comunicado lamentando as mortes pelo novo covonavírus que poderiam ser evitadas.
Mais cedo, em pronunciamento na TV, Bolsonaro disse que
todos os que quiserem terão vacinas em 2021 e fez um balanço de seu governo até agora. Durante a fala, foram registrados panelaços em várias cidades.
Assista o pronunciamento completo