Entrevista

Reforma da Previdência: Priscila Krause afirma que 'o senhor João Campos fez a pior opção para o servidor'

A deputada federal afirmou, ainda, que o prefeito mentiu a respeito do seu posicionamento sobre o tema

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Renata Monteiro

Publicado em 01/07/2021 às 21:01 | Atualizado em 01/07/2021 às 21:01
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A deputada estadual Priscila Krause (DEM) afirmou, durante participação no podcast Talk Hugo da última quarta-feira (30), que o prefeito do Recife, João Campos (PSB), mentiu sobre o seu posicionamento com relação à reforma da Previdência. Segundo a parlamentar, o socialista votou contra a proposta do governo federal quando era deputado federal, mas, já prefeito, aprovou uma série de mudanças no sistema de aposentadorias dos servidores municipais que, segundo ela, foi "o pior possível" para o grupo.

"A gente precisa saber se quem mentiu foi o deputado ou o prefeito, porque João Campos colocou todos os argumentos contrários à reforma da Previdência, que é algo necessário, mas o que é necessário tem várias formas de se fazer. A grande questão é que Geraldo Julio não fez a adequação à lei federal para não prejudicar o candidato dele, o próprio João Campos, e enganou as pessoas dizendo que era contra e acusando os adversários de serem a favor", disparou Priscila.

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A deputada questionou, ainda, o fato de o projeto de autoria do Executivo ter tramitado em regime de urgência na Câmara Municipal, além de não haver nele a previsão de uma alíquota progressiva e de ter havido um aumento significativo no tempo de contribuição das servidoras. "A lei federal dá a possibilidade da contribuição progressiva (...), isso era opcional e o governo federal adotou isso, mas os governos estadual e municipal, não. O senhor João Campos fez a pior opção para o servidor e fez um aumento relevante na idade mínima (de contribuição) para as mulheres, sem diálogo. Isso tramitou na Câmara Municipal em oito dias. The Flash. Porque eles têm mania de mandar tudo em regime de urgência, porque têm maioria, aprovam o que querem. À oposição, cabe ficar lá esperneando e marcando posição. E mostrando quem é quem, porque nessa questão da Previdência a máscara do PSB caiu. (...) Ele tinha a opção de fazer uma coisa mais amena, mais justa, mais suave, mas não fez", observou.

Durante o bate-papo com o comunicador Hugo Esteves, Priscila também lamentou a situação do Recife e de Pernambuco em áreas como o turismo e infraestrutura, por exemplo. "Há um mês, mais ou menos, a gente saiu com Matheus e Helena em um sábado de manhã, fomos abastecer o carro e decidimos dar uma volta no Centro (do Recife). E levamos as crianças nos principais locais da região. Passamos pelo Palácio da Justiça, Teatro de Santa Isabel, Praça da República, Palácio do campo das Princesas, mostramos o Mamam, o Forte das Cinco Pontas, falei que quem criou o Museu da Cidade do Recife ali no forte foi o avô deles (Gustavo Krause), Praça do Arsenal, Torre Malakoff, as coisas mais turísticas e óbvias, e paramos para tomar um maltado. Os meninos ficaram encantados, mas ao mesmo tempo eu fiquei super doída, porque a gente vai vendo as coisas e percebe a degradação. Por mais que a gente estivesse com medidas restritivas, isso não é de agora. Não é obra do improviso. Você olha a Avenida Guararapes, por exemplo, e tem vontade de chorar", comentou a democrata.

2018

Quando foi perguntada sobre a que atribuía as duas vitórias do governador Paulo Câmara (PSB) nas urnas, Priscila afirmou que enxerga vários motivos para o desempenho apresentado pelo socialista. "Na primeira eleição de Paulo Câmara se votou em Eduardo, que tinha acabado de falecer. Foi um voto do luto, da comoção, da gratidão. Em 2018, aí sim, ele teve o voto de uma máquina monstruosa, porque o PSB é extremamente competente em ganhar eleição e no uso despudorado na máquina pública. E isso significa o emprego, não só o cargo comissionado, mas também o cabide de emprego nas terceirizadas (...). Só na Prefeitura do Recife há cerca de 8 mil terceirizados", detalhou.

O Governo do Estado foi procurado pelo JC para responder às críticas da parlamentar, mas afirmou que não comentaria o caso. A reportagem também entrou em contato com a Prefeitura do Recife, mas a gestão municipal não encaminhou resposta até a publicação dessa matéria.

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