De olho em 2022

'Qual é a nova política dele? Ficar refém do centrão?', questiona Lula sobre Bolsonaro

Ex-presidente Lula criticou aproximação de Jair Bolsonaro com o Centrão. Principal líder do grupo, Ciro Nogueira, vai assumir o Ministério da Casa Civil

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Luisa Farias

Publicado em 27/07/2021 às 13:15 | Atualizado em 27/07/2021 às 13:41
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), desta vez utilizando como o mote a sua aproximação com o Centrão, que está em um novo capítulo com a ida do presidente nacional do PP e deputado federal Ciro Nogueira, para o Ministério da Casa Civil. 

Um dos principais líderes do Centrão, Nogueira afirmou publicamente que já aceitou o convite para ser o novo ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro. O presidente foi eleito em 2018 tendo como uma das suas principais bandeiras a oposição ao chamado "toma lá dá cá", que é a troca de apoio por cargos. 

"E o Bolsonaro que ficava falando que ia acabar com a "a velha política"... Qual é a nova política dele? Ficar refém do Centrão? Não cumpriu uma coisa que ele falou", disse o presidente nas redes sociais. Vale lembrar que Lula também tinha como base de sustentação dos seus governos partidos e lideranças que integravam esse grupo. 

Lula também aproveitou para alfinetar o presidente sobre Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar do senador Flávio Bolsonaro (Patriota), que se queixou do afastamento do presidente por meio das suas redes sociais. Queiroz é acusado de ser o operador de um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). 

Queiroz compartilhou uma foto no estádio do Maracanã com Bolsonaro, o deputado federal Hélio Lopes (PSL), o assessor especial da Presidência da República, Max Guilherme Machado de Moura e o assessor parlamentar do gabinete de Flávio no Senado, Fernando Nascimento Pessoa, com a legenda: "É... Faz tempo que eu não existo pra esses 3 papagaios aí (águas de salsicha)! literalmente!!!"

Em resposta ao comentário de um amigo, ele responde: "Minha metralhadora está cheia de balas". Este é o comentário do qual Lula se referiu. "Falava tanto de corrupção... Ainda ontem a noite eu vi o Queiroz ameaçando ele", completou Lula. 

Vice

Lula também comentou sobre inventivos para se candidatar a vice, sem encabeçar uma chapa para concorrer à Presidência da República, e assim evitar o cenário de polarização entre o seu nome e o de Bolsonaro nas eleições de 2022. Para ele, quem deseja isso deve deveria se candidatar a presidente. 

"Quem quiser evitar polarização, se candidate. É simples. Eu lembro que em 89 entrei como azarão, disputando com 12 candidatos. E fui pro 2o turno... Cada partido que tiver incomodado, basta lançar candidato", disse. "Na minha vida perdi 4 eleições. Sempre ia pra casa me preparar pra próxima... Já quem ganha tem que governar. Mas o Bolsonaro é um pregador de ódio. Só sabe transmitir ódio cada vez que abre a boca", pontuou o petista. 

Na corrida presencial, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) se coloca como uma opção de terceira via e vem se opondo não só a Bolsonaro mas ao próprio Lula. 

O ex-presidente também aproveitou para falar sobre a relação entre o presidente e o vice. Coincidentemente, nesta segunda-feira (26), Bolsonaro havia afirmado que o general atrapalha o governo em algumas ocasiões, comparando-o a um cunhado, que é uma pessoa com quem se é obrigado a conviver. 

"Um candidato a vice precisa ser parceiro. De confiança. Se eu for candidato, quero um vice que dê complementariedade nas funções do governo. Quero um vice atuante. E que seja uma pessoa que eu gosto, que eu vá dormir tranquilo. Sabendo que ele também vai cuidar do país", disse Lula. 

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