SOLIDARIEDADE

Em meio à ofensiva de Bolsonaro, Paulo Câmara e outros 13 governadores emitem nota em apoio a ministros do STF

Todos os governadores do Nordeste, dois do Sudeste, um do Sul, e outros dois do Centro-Oeste e Norte assinam o texto

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Estadão Conteúdo

Publicado em 16/08/2021 às 11:40
Consórcio Nordeste - André Lúcio/SEI-PB
Em meio à ofensiva do presidente da República, Jair Bolsonaro, contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o governador Paulo Câmara (PSB) e outros 13 gestores estaduais emitiram uma nota conjunta em solidariedade aos magistrados e suas famílias pelo que chamam de "constantes ameaçadas e agressões". Não há, contudo, no documento uma citação nominal ao chefe do Planalto.
"O Estado Democrático de Direito só existe com Judiciário independente, livre para decidir de acordo com a Constituição e com as leis", diz a nota, assinada, por exemplo, pelos presidenciáveis tucanos João Doria, governador de São Paulo, e Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul. "No âmbito dos nossos Estados, tudo faremos para ajudar a preservar a dignidade e a integridade do Poder Judiciário. Renovamos o chamamento à serenidade e à paz que a nossa Nação tanto necessita", acrescenta.
Também são signatários os governadores Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo; Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal; Waldez Goés (PDT), do Amapá.
Além deles, todos os governadores do Nordeste, região do País em que Bolsonaro tende a enfrentar a maior dificuldade eleitoral no ano que vem, assinaram o documento. São eles: Rui Costa (PT), da Bahia; Flávio Dino (PSB), do Maranhão; Paulo Câmara (PSB), de Pernambuco; Camilo Santana (PT), do Ceará; João Azevedo (Cidadania), da Paraíba; Wellington Dias (PT), do Piauí; Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte; Belivaldo Chagas (PSD), de Sergipe; e Renan Filho (MDB), de Alagoas.
No fim de semana, Bolsonaro afirmou nas redes sociais que vai apresentar ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pedidos de impeachment dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso por supostos crimes de responsabilidade.
Os dois magistrados têm sido bastante criticados pelo presidente da República. Moraes autorizou a abertura de inquérito contra o mandatário pelo vazamento de uma investigação sigilosa da Polícia Federal durante a live nas redes sociais, e, antes, já havia incluído Bolsonaro no inquérito das fake news.
Já Barroso, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), faz defesa enfática do sistema eleitoral, chamado de fraudulento por Bolsonaro. A proposta da adoção do voto impresso, bandeira do bolsonarismo, acabou derrotada no Congresso Nacional. 

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