A Polícia Civil do Distrito Federal abriu um inquérito para apurar as ameaças feitas pelo cantor e ex-deputado Sérgio Reis em um áudio que circulou pelas redes sociais no último fim de semana. Na gravação, ele afirma que estaria sendo bancado por "grandes nomes" para pressionar o Senado a aprovar o pleito pelo voto impresso e o pedido de impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Caso os pleitos não fossem atendidos, caminhoneiros e produtores de soja brasileiros paralisariam o País em setembro.
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"O Brasil inteiro vai estar parado. Ninguém trafega, ninguém sai. Ônibus volta para trás com passageiros. Só vai passar polícia federal, ambulância, bombeiro e cargas perecíveis. Fora isso, ninguém anda no Brasil", ameaçou o cantor no áudio.
A investigação acontecerá por meio do Departamento de Combate à Corrupção. Antes do áudio, Sérgio Reis (Republicanos-SP) ainda divulgou um vídeo no qual ele convoca caminhoneiros para uma paralisação. De acordo com o delegado Leonardo de Castro, da delegacia de Combate à Corrupção (Decor), o cantor sertanejo será investigado pela prática de, pelo menos, três crimes.
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"O objetivo é investigar suposta associação criminosa voltada para a prática de alguns crimes, da qual ele seria integrante", explica o policial. "Ele será investigado pelos crimes de ameaça (art. 147 do CP), dano (art. 163 do CP) e atentado contra a segurança de meio de transporte (art. 262 do CP)."
A previsão, segundo o veículo, é de que Sergio Reis seja intimado a depor nos próximos dias, ainda em agosto, mas ainda não há data para a convocação. Nesta segunda-feira (16), a esposa do cantor, Angela Bavini, disse ao jornal Folha de S.Paulo que ele está "muito triste e depressivo, porque foi mal interpretado".