Oposição

PSOL decide não participar de manifestações contra Bolsonaro no dia 12. Atos são organizados pelo MBL

Partido afirma que 'não é organizador, não convoca e nem participará' dos protestos

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Renata Monteiro

Publicado em 10/09/2021 às 17:22 | Atualizado em 10/09/2021 às 17:24
Bolsonaro em visita ao Recife no dia 3 de setembro - FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM

A Executiva Nacional do PSOL informou, na tarde desta sexta-feira (10), que "não é organizador, não convoca e nem participará" das manifestações pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) marcadas para o próximo domingo (12). Os atos estão sendo organizados por movimentos como o MBL, que tem defendido a união de entidades e partidos de todos os espectros políticos em prol da democracia e da queda do presidente.

"O PSOL vem atuando para construir a mais ampla unidade para derrotar Bolsonaro, a exemplo do amplo pedido de impeachment recentemente protocolado. Não pouparemos esforços para conquistar a unidade com quem partilha deste objetivo. No entanto, a Executiva Nacional do PSOL informa que o partido não é organizador, não convoca e nem participará da manifestação do dia 12 de setembro. Nosso partido faz parte da campanha nacional pelo Fora Bolsonaro, que em breve definirá seu calendário", diz o partido, em nota divulgada nesta tarde.

O PSOL afirma, ainda, que seguirá em debate com partidos de oposição "para a construção de uma manifestação ampla pela saída de Bolsonaro nas próximas semanas". A sigla não deu mais detalhes sobre a decisão.

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RECIFE

Na capital pernambucana, a mobilização anti-Bolsonaro está marcada para as 13h, no Marco Zero, Bairro do Recife. Participam da organização da manifestação os movimentos Livres, UJL, MBL, Lola, Juventude Cidadania e Cidadania Diversidade.

Em nota enviada ao Blog de Jamildo na semana passada, um dos coordenadores do MBL, Izaque Costa, afirmou que o movimento está sendo organizado porque Bolsonaro "traiu a pátria, provocou a morte de inocentes por sua negligência, terminou de quebrar a economia, meteu inflação no bolso do pai de família de classe média e baixa, se vendeu para a banda mais podre do Centrão e agora tenta um golpe contra a nossa democracia". Na última quarta (8), Renan Santos, liderança nacional do MBL, convocou até mesmo não-simpatizantes do movimento e pessoas da esquerda a participar do ato.

Em uma publicação no Instagram, o MBL-PE comparou o gesto à união, durante a Segunda Guerra Mundial, de Churchill (Partido Conservador), Roosevelt (Republicano) e Stalin (Comunista) contra Adolf Hitler. "Guardadas as devidas proporções, anos depois nos deparamos em um cenário parecido. Quando falas eram tidas como tão somente falas alopradas, elas eram ignoradas, como o tio chato do rolê. Agora, quando as falas se travestem de supedâneos e intenções golpistas, devemos nos aclarar e responder à altura. Por isso, vamos deixar de lado as nossas circunstanciais diferenças ideológicas, e nos unir contra um adversário em comum. Não é pensando em 2022, e sim pensando na democracia, na economia em frangalhos, no meio milhão de mortos e na defesa do estado democrático de direito", afirma o post.

Na manhã da quinta-feira (9), contudo, o perfil oficial do MBL no Twitter publicou uma série de mensagens afirmando que haveria um movimento de "grupos radicais do petismo e bolsonaristas sonsos do Novo" para desacreditar os protestos do dia 12 e esvaziá-los. "Ambos apontam que os organizadores são 'incoerentes' pois ora são 'golpistas' como dizem Jean Wyllys e cia, ora são "traidores" como afirmam os Van Mictos. Há, obviamente, uma incoerência gritante aí: ambos se aliam com 'golpistas'(vide PT com MDB) ou com 'comunistas' (Vide BolsoNovo com PT e PSOL no impeachment de Marchezan) quando é conveniente PARA SEUS INTERESSES ELEITORAIS. Porém, num óbvio momento de sublevação e golpe, é impressionante como ambos SILENCIAM E ROTULAM parcerias políticas com fins mais nobres que o próximo pleito", diz um trecho das publicações.

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