Prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL) se pronunciou, nesta sexta-feira (24), sobre o anúncio de que estará ao lado da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), no próximo ano e disse que a oposição nunca esteve ''tão unida''.
No grupo de oposição três nomes estão se colocando para disputar o governo de Pernambuco em 2022. Além de Anderson e Raquel, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, está se movimentando para ser o postulante.
Porém, chamou atenção que Miguel tenha ficado de fora da aliança entre Raquel e Anderson. Segundo o prefeito de Jaboatão, isso não significa que a oposição está desunida.
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"Foi um primeiro grande passo para formar uma ampla frente, incorporar todas as forças políticas que queiram integrar esse movimento. Agora, vamos iniciar esse ciclo de debates para apresentar um projeto que apresente soluções e volte a unir os pernambucanos", comentou Anderson em entrevista à Rádio Jornal Petrolina. "Temos três atores que possuem boa relação. Tenho boa relação com Miguel, com Raquel e a ideia é fortalecer ainda mais esse movimento da oposição em Pernambuco", completou.
Raquel e Anderson anunciaram oficialmente que estarão juntos nas eleições de 2022 por meio de nota, divulgada nessa quinta-feira (23). Em conjunto, PSDB, PL, PSC e Cidadania divulgaram que marcharão ao lado do mesmo candidato a governador no próximo pleito.
O Democratas, de Miguel Coelho, que vem fazendo parte desse grupo de partidos não esteve presente na nota. Segundo o deputado federal Daniel Coelho, que comanda o Cidadania em Pernambuco, o fato das legendas terem decidido se unir no próximo ano não quer dizer que elas romperam com o Democratas, partido que até então estava com elas no mesmo bloco oposicionista. "O DEM já deixou claro que tem candidato. Temos todos respeito por isso. É legítimo. Como é legítimo que esses quatro partidos afirmem que juntos escolherão um candidato", explicou o parlamentar.
Na mesma linha de Daniel, Anderson lembra que o importante é a apresentação de um novo projeto para Pernambuco e reforça que a chapa não é definida neste ano. "Temos tempo para poder tomar uma decisão. Me coloco à disposição nessa frente para poder fortalecer esse projeto e é louvável que cada ator possa se fortalecer, isso fortalece a oposição e levará a uma grande vitória, que é uma vitória do povo de Pernambuco, que quer que a chave vire", destaca. "Não definimos candidatura, nem iniciou o ciclo eleitoral. A eleição é ano que vem, estamos muito distante, é importante que exista movimentos para poder mapear bem e entender o comportamento da população. Não fechamos coligação, nem lançamos nome. Eu e Raquel somos vistos como candidatos e pactuamos uma frente", completou o gestor municipal.
Assim como outros atores estão colocando, Anderson ressaltou que o projeto não pode ser pessoal e disse que uma candidatura não se constrói de forma individual, é preciso unidade. Cotado para disputar tanto o cargo de governador quanto o cargo de senador no próximo ano, Anderson não quis demarcar posição neste momento.
"O desejo é fortalecer o projeto, a construção não passa por mim, passa pela oposição. Muitos querem 'A' numa posição, 'B', em outra, e não é assim. Cada ator anda todo o Estado e há um debate amplo. O que fizemos foi um movimento, um primeiro passo de uma frente que incorpora forças que queiram integrar o movimento. Não pleiteamos posicionamento em chapa, é ver o nome que possa somar e liderar o processo, será discussão ampla, com critérios, dados eleitorais das pesquisas, e entender quem é mais forte, mais apto, para liderar e os outros irão contribuir.", disse Anderson Ferreira.
O prefeito ainda disse que "de maneira alguma" há um distanciamento com o Democratas, partido que vai filiar Miguel Coelho neste sábado (25). Ele disse ser louvável que cada sigla se coloque e mais à frente que candidaturas serão definidas. "Eu, Raquel e Miguel somos prefeitos. Estamos no mandato, há uma renuncia do cargo para convocação da eleição. Então, isso é algo que não pode ser avaliado a toque de caixa. Precisa ser bem pensado, com as estruturas necessárias para o projeto ter musculatura", disse.
Governo de Pernambuco
Durante a entrevista, Anderson ainda criticou a gestão do governador Paulo Câmara. Ele citou a taxa de desemprego chegando à casa dos 21% no Estado e disse que a interlocução com o cenário nacional foi perdida.
"Pernambuco precisa ser protagonista. Não vemos isso ocorrendo. Temos dificuldade, os municípios não tem amparo do governo que é liderado por um partido (o PSB) a tanto tempo e mostra dificuldade de integrar todos os outros atores. Os últimos anos foram difíceis e digo que na dificuldade surgem grandes líderes, mas não houve isso. Aqui, teve enfraquecimento da liderança por não saber conduzir em momento de dificuldade o amparo aos municípios e isso dificulta. Quando ganha eleição e assume o governo, precisa desarmar o palanque, governar para todos. Mas a questão política acaba se sobrepondo à necessidade da população", comentou.
Anderson diz que o modelo de governo, hoje não representa o sentimento da população e disse que a oposição irá expor índices negativos na campanha do próximo ano. "O governo vive de publicidade e a realidade é diferente do que se vivencia".
Hoje, o PSB ainda não tem nome definido para a sucessão. O principal cotado do grupo, que governa o Estado há quase 16 anos, era o ex-prefeito do Recife Geraldo Julio, mas ele vem afirmando que não participará da eleição. Anderson Ferreira diz que a "dificuldade" do PSB em apresentar um nome retira, por ora, a leitura da oposição sobre quem irá enfrentar nas urnas, mas não impede que propostas sejam apresentadas.
"Estamos contra a gestão que está aí, contra o governo que está aí. Precisamos debater com a população. Quero saber como o governo vai apresentar mudança em cenário de muito tempo sem resultado. Como defender péssimos índices que acompanhamos em Pernambuco. Não é mudando nome do candidato que vai encobrir toda essa falta de crescimento do Estado e a perda de protagonismo", concluiu.