O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, vai determinar que a Polícia Federal ouça uma ex-estagiária do gabinete do colega de corte Ricardo Lewandowski apontada como 'informante' do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. O aliado do presidente Jair Bolsonaro é alvo do inquéritos das fake news e também da investigação sobre o financiamento de atos antidemocráticos.
A reportagem do Estadão apurou que o depoimento está relacionado às mensagens obtidas pela Polícia Federal em que Allan diz a ex-estagiária de Lewandowski: 'Fique como nossa informante lá'. Tatiana Garcia Bressan, que atuou no gabinete do ministro entre julho de 2017 e janeiro de 2019, responde: 'Será uma honra. Estou lá'. Os diálogos foram divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmados pelo Estadão.
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As conversas entre Allan e Tatiana tiveram início em outubro de 2018 e se estendem até março de 2020. O primeiro diálogo foi iniciado por Tatiana, que buscou contato com Allan porque tinha interesse em trabalhar com a deputada bolsonarista Bia Kicis.
O depoimento de Tatiana deve ocorrer no âmbito do inquérito das fake news, uma das investigações que tramitam junto ao Supremo Tribunal Federal e são sensíveis ao Planalto. O próprio presidente Jair Bolsonaro é alvo das apurações, em petição que tramita ligada à investigação principal e mira os ataques e ameaças do chefe do Executivo às urnas eletrônicas.
Nas investigações que miram aliados do presidente, Allan dos Santos é 'figurinha carimbada'. Em setembro de 2020, o Estadão mostrou que mensagens apreendidas pela PF revelavam a interlocução do bolsonarista com assessores do presidente. Em um dos diálogos, o blogueiro sugere 'intervenção' das Forças Armadas.