Eleições 2022

Carlos Siqueira defende que nome do PSB em Pernambuco seja político

O presidente nacional do PSB também reforçou que o partido marchará com o ex-presidente Lula, mas espera que o apoio seja feito mediante a reciprocidade nos estados

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 30/12/2021 às 17:46
DAY SANTOS/JC IMAGEM
COTADO Um dos possíveis candidatos, José Neto estava ao lado do governador e do presidente do PSB - FOTO: DAY SANTOS/JC IMAGEM
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Em sua passagem por Pernambuco, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, defendeu que o candidato escolhido para à sucessão do governador Paulo Câmara “seja da política”. Ou seja, diferentemente das apostas por um “outsider”, em Pernambuco, o melhor quadro para disputar as eleições em 2022 tem que ter experiência política. O prazo que tem sido colocado para que o martelo seja batido em torno dessa questão, é o mês de janeiro.

“Aqui em Pernambuco a condução disso é do governador e do partido. O governador é o líder da sua própria sucessão e nós confiamos inteiramente nele, para que ele possa escolher o nome da política e fazer com que a gente tenha mais uma vitória”, declarou Siqueira, após participar da tradicional Missa de Ação de Graças, realizada na manhã desta quinta-feira (30), na Matriz de Casa Forte.

 

O governador Paulo Câmara, que esteve presente na celebração, declarou que a meta dos próximos dias é manter a unidade na Frente Popular e que confia na capacidade de diálogo com as forças políticas que integram esse bloco. “ A Frente Popular com certeza vai estar muito unida em 2022 e sabe também que temos uma eleição dura pela frente no âmbito federal, que a gente tem que mudar esse Brasil. Do jeito que está não dá, está fazendo mal ao povo brasileiro e aqui em Pernambuco nós temos o desafio de mostrar ao povo tudo que a gente fez, os avanços que nós tivemos em várias áreas”, afirmou o gestor.

O ex-prefeito do Recife e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio, participou da realização da missa, mas não quis dar entrevista. Desde julho ele vem reiterando que não será candidato ao governo, apesar de ser considerado o nome natural para a disputa. Aos mais atentos, foi curioso observar que durante a celebração da missa, o discurso de agradecimento do prefeito João Campos foi direcionado a Geraldo, enaltecendo sua gestão e amizade pessoal.

“Então eu quero aqui publicamente, Geraldo, agradecer tudo o que você já fez por mim, pela nossa amizade e dizer que nós vamos estar sempre juntos”, disse Campos, enquanto Geraldo assistia a tudo acompanhado da esposa, a ex-primeira dama Cristina Melo, do pré-candidato a deputado federal pelo PSB, Pedro Campos, e da ex-primeira dama Renata Campos.

Do outro lado, também na primeira fileira, estavam o governador Paulo Câmara, acompanhado da primeira dama Ana Luiza, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, o secretário da Casa Civil, José Neto - que tem seu nome defendido para ser o candidato por vários parlamentares, prefeitos e lideranças socialistas - e o secretário de Saúde, André Longo. Entre os nomes encarados dentro desse perfil político, os deputados federais Danilo Cabral, Tadeu Alencar e Felipe Carreras, surgem na bolsa de apostas. Nenhum deles compareceu a cerimônia. 

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Missa de Ação de Graças na Matriz de Casa Forte - DAY SANTOS/JC IMAGEM
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Missa de Ação de Graças na Matriz de Casa Forte - DAY SANTOS/JC IMAGEM
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Missa de Ação de Graças na Matriz de Casa Forte - DAY SANTOS/JC IMAGEM

Federação

Se ainda não há consenso sobre os estados que vão ser apoiados pelo PT e PSB, tampouco existe uma direção precisa a respeito da federação partidária, que mexe nas estruturas dos partidos, não só para 2022, mas com as decisões para as eleições de 2024. Sobre esse diálogo, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, diz que a nova regra “é apenas uma discussão que não se sabe exatamente como vai ser concluída”.

As forças estão centradas em construir um entendimento com relação ao apoio das duas agremiações aos palanques estaduais. “Agora, com relação à coligação nacional, não há dúvidas que o PSB vai marchar com o presidente Lula, mas não sabemos em que termos isso vai acontecer, porque depende de uma série de demandas que nós fizemos ao PT”, declarou Siqueira.

O imbróglio gira em torno dos estados considerados estratégicos pelos petistas e socialistas. Siqueira deixa claro que espera reciprocidade e que as discussões têm se dado em uma clima “razoavelmente tranquilo''. O PSB quer apoio dos petistas nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Em contrapartida, os socialistas vão apoiar o PT nos estados da Bahia, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e em Sergipe.

“E podemos apoiar, inclusive em outros, mas nós também compreendemos que a relação requer reciprocidade e aguardamos que eles possam cumprir com a nossa expectativa”, enfatiza Carlos Siqueira.

Para o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, é preciso entender a realidade de cada estado e isso implicará na discussão da federação. “Na verdade quando você fala de federação você praticamente em formar um novo partido, há uma série de regras e um estatuto que vai nortear tudo o que vai acontecer. E a gente sabe que a eleição em 2024 vai acontecer, então tudo isso estaria ajustado dentro deste estatuto”, explica Guedes.

“O que pega é você fazer uma avaliação nacional dos partidos, da condição de cada partido, que ficaria para o próximo ano, para a próxima legislatura. Há também o fato de que cada estado tem uma realidade, então o que é fundamental para o PSB é garantir a nossa bancada, o aumento da nossa bancada e o fortalecimento do PSB”, ressalta.

 

 

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