Investigações

Filho de Bolsonaro, Jair Renan é intimado a depor pela PF em investigação sobre tráfico de influência

A PF investiga se ele teria atuado a favor de empresa junto ao governo federal

Cadastrado por

Cássio Oliveira

Publicado em 14/12/2021 às 21:58 | Atualizado em 14/12/2021 às 22:03
A ação policial teve como principal suspeito Maciel Carvalho, instrutor de tiro de Jair Renan - EVARISTO SA / AFP

A Polícia Federal (PF) intimou Jair Renan Bolsonaro, filho mais jovem do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), a depor no inquérito que investiga suposto tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

O inquérito foi aberto em março passado a pedido do Ministério Público Federal (MPF) após denúncia feita contra Jair Renan por parlamentares de oposição ao governo. A PF investiga se ele teria atuado a favor da empresa dele junto ao governo federal.

Outros alvos da investigação também devem ser ouvidos ao longo da semana. Depois, a PF produzirá o relatório final para apontar se houve cometimento de crime por parte do filho mais novo do presidente.

De acordo com reportagem do G1, a 'Bolsonaro Jr Eventos e Mídia' foi criada no final de 2020. A festa de inauguração do escritório teve cobertura de fotos e vídeos feita de graça por uma produtora que prestava serviços ao governo federal.

As suspeitas sobre Jair Renan Bolsonaro envolvem a utilização da empresa de eventos dele, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, para promover articulações entre a Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, grupo empresarial que atua nos setores de mineração e construção, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

A PF investiga se, em novembro do ano passado, Renan Bolsonaro atuou para que o grupo empresarial conseguisse duas reuniões no Ministério do Desenvolvimento Regional a fim de discutir um projeto de construção de casas populares.

À época da abertura do inquérito, a pasta disse que as reuniões foram marcadas a pedido de Jair Fonseca, um assessor especial do presidente da República

Renan Bolsonaro e o parceiro comercial dele, Allan Lucena, participaram pessoalmente das duas reuniões no ministério, ao lado de empresários — um deles da Gramazini — em novembro do ano passado.

Em uma dessas reuniões, o ministro Rogério Marinho estava presente. Na agenda pública, só o nome do assessor da Presidência aparece — não há menções ao filho do presidente ou aos empresários.

Resposta

Ao jornal O Globo, o advogado de Jair Renan, Frederick Wassef, disse que não poderia comentar sobre a intimação de seu cliente porque o inquérito corre em segredo de justiça. Wassef, porém, argumentou que o 04 não cometeu nenhuma irregularidade e atribuiu a abertura do inquérito a uma suposta "perseguição da esquerda".

"As investigações ainda estão em curso, e o inquérito tramita em segredo, portanto eu não posso falar absolutamente nada do inquérito. O que eu posso afirmar é que Jair Renan jamais ganhou qualquer carro que seja, e jamais praticou qualquer ato irregular ou ilícito. Trata-se de uma investigação instaurada por manifestação e requerimento de parlamentar de esquerda", afirmou.

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