Após ocupar o cargo de líder da bancada federal do PDT na Câmara dos Deputados, por dois anos consecutivos, o deputado federal Wolney Queiroz assumiu recentemente a liderança do bloco de oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PL). O parlamentar pernambucano elenca pautas como a reforma administrativa, a reforma tributária e a taxação de grandes fortunas, como temas importantes para serem debatidas no decorrer deste ano e que vão exigir união dos partidos de oposição - o bloco é formado por 135 deputados federais.
“A reforma administrativa, nós conseguimos barrar no ano de 2021 e vamos conseguir fazer isso novamente este ano. Nós temos unidade e a clareza de que projetos como estes precisam de um combate firme. Com relação a reforma tributária, nós temos um entendimento de que seria mais adequado que ela seja de forma progressiva, onde os ricos paguem mais e os pobres paguem menos”, explicou Queiroz.
O novo líder da Oposição também pontua que divergências atreladas às eleições, não vão interferir no debate legislativo. Isso porque o PDT tem candidato a presidente da República, com o ex-ministro Ciro Gomes, e o PT tem a candidatura do ex-presidente Lula. “O desafio mesmo desse período é tocar a liderança da oposição, mesmo com duas candidaturas presidenciais distintas, portanto, a gente não pode deixar que essas disputas e as alfinetadas que um dá no outro, respingue no parlamento. Temos que ter foco na resistência às pautas do governo de Bolsonaro, da extrema direita e agir contra elas”, declarou.
Apesar de as circunstâncias terem o levado a votar no deputado federal Baleia Rossi (MDB- SP) para presidente da Câmara dos Deputados, Wolney Queiroz explica que mantém uma relação muito boa com Arthur Lira (PP-AL), eleito para o cargo. Essa cordialidade é vista como positiva para as discussões que envolvem as demandas da oposição na Casa.
O PDT em Pernambuco não abrirá mão de montar um palanque para o presidenciável Ciro Gomes. E segundo Wolney Queiroz, o prazo para os rumos do partido é até o dia 31 março. Isso porque os pedetistas aguardam mais uma definição do PSB sobre a chapa majoritária. Com a oficialização do deputado federal Danilo Cabral para o Governo do Estado, está sendo discutido quem ocupará a vaga de vice e de Senado Federal.
O partido indicou o nome de Queiroz para a vaga de senador, que também tem outros dirigentes partidários na disputa - Silvio Costa Filho (Republicanos), André de Paula (PSD), Luciana Santos (PCdoB), Eduardo da Fonte (PP) e mais quatro nomes do PT, Marília Arraes, Teresa Leitão, Odacy Amorim e Carlos Veras.
“É hora de todos os partidos jogarem suas cartas e ver quais serão as opções que o PSB vai fazer. Se eu fosse candidato a governador, não deixaria Caruaru fora da chapa, ainda mais com a possibilidade de ter uma candidata bem em Caruaru que lidera as pesquisas. Assim como Arraes não deixou, como Jarbas foi buscar José Queiroz, no Agreste, Eduardo Campos foi buscar em Caruaru”, afirmou o presidente estadual do PDT.
“Essas questões terão que ser resolvidas em março. A minha vida e do PDT tem que estar resolvida até 31 de março, não vou deixar virar o mês de abril sem solução”, completou. Outro ponto esclarecido pelo líder pedetista é que a permanência da sigla na Frente Popular não está condicionada a vaga para o Senado, mas que será preciso avaliar qual será a direção que o PDT irá tomar.
Há também uma expectativa positiva de ampliação do partido com a abertura da janela partidária.”A gente já tem como certa a saída de Túlio (Gadêlha), e agora com cenário mais nítido vamos procurar outras forças para incorporar essa chapa. Já tive uma conversa com Isabella de Roldão, onde a convidei para ser deputada federal. Ela ficou reticente, porque acabou de disputar a eleição em 2020, mas disse que seria uma soldada do partido e que não se furtaria em aceitar essa missão, ela está em um bom momento”, disse Wolney.
“Outros nomes internos estão sendo discutidos e que esperamos receber na reta final (da janela partidária). Tem muita gente sondando, fazendo contato. Os partidos pequenos, como estão com dificuldade em formar a chapa, vão terminar procurando algum partido maior e aí podemos juntar”, afirmou.